Para quem está inserido no mundo corporativo, já deve ter ouvido falar que o alcance dos objetivos da empresa está atrelado ao processo de mudança organizacional. Grandes autores e gurus de administração propagam essa ideia. E por sua vez, muitos profissionais aceitam essa orientação e até assumem o mesmo discurso. Mas, e na prática, como é?
Tenho a sensação de que as pessoas não reconhecem em sua rotina quais comportamentos traduzem esta orientação e assim, agem de forma contrária ao que pregam. A pergunta é, o que precisam fazer para mudar?
Aqui vão outros questionamentos para colaborar com esta reflexão.
Já passou por algum processo significativo de mudança? Como você recebe a mudança? Colabora ou tenta preservar o modelo já conhecido?
A mudança surge na vida das pessoas como um desorganizador do que está estabelecido.Ela rouba o conforto da vida dentro do previsto, do já conhecido. Portanto, é para muitos uma experiência de desprazer.
Frequentemente leio textos que tratam a resistência à mudança como algo execrável. Isso torna a pessoa resistente alguém ruim. Inclusive, em alguns treinamentos que participei reforçava-se a ideia de que a resistência deveria ser combatida. Como conseqüência, as pessoas com maior dificuldade de lidar com mudanças sofriam tremendamente.
Parto do princípio que as pessoas podem se desenvolver, desde tenham consciência de quais comportamentos seus impedem o seu desenvolvimento.
Vamos falar sobre isso?
Em geral, consideramos ruim aqueles indivíduos que tiram nosso sossego. E o natural é rejeitarmos o que venha dessas pessoas, porque entendemos que sossego é bom e que inquietação é ruim.
Eis a primeira ideia que precisa ser revista. A inquietação faz parte do dia a dia organizacional. Se isto incomoda você, faça uma reflexão a respeito do assunto. Se quer mesmo fazer parte do mundo corporativo, reavalie seu posicionamento ou sofrerá sempre. A melhoria contínua tão propagada nas empresas vem do desejo de aprimorar o formato atual dos processos. Logo, o foco está sobre os processos e o resultado, e não sobre as pessoas. Nada pessoal, ok?
Pense, como nós teríamos hoje o iPad se o mundo tivesse se contentado com o 286 ( versão de computador lançada na década de 80)?
Preste atenção aos seus sinais de rejeição à mudança. Nem tudo que propõe mudança dá trabalho e ainda que renda algum tempo de dedicação extra, passado o período de adaptação, as coisas irão para os seus devidos lugares. Apenas considere a ideia de que os devidos lugares das coisas podem ser outros e não os que você já conhecia. Afinal, o que você conhece do assunto pode não ser tudo. Mesmo que você já tenha tentado fazer diferente, se permita conhecer o diferente visto sob a óptica de outra pessoa. Às vezes, não conseguimos ver coisas óbvias por estarmos muito envolvidos.
Por fim, ouça até o final o que o outro tem a dizer, sem interromper, sacudir a cabeça negativamente ou fechar a cara. Até para argumentar contra, você precisará ouvir toda a história. Pense nos resultados que deseja alcançar e substitua a negação “não vai dar certo” pelo questionamento “será que daria certo?” e “porque não tentar?”
Toda experiência é válida.
Costumo sempre dizer: tudo na vida é bom ou ruim, dependendo do que vem depois. A mudança traz oportunidades de crescimento que compensam a ameaça. Se não der certo, terá aprendido como não fazer.
Pague para ver!