terça-feira, 11 de junho de 2013

Você prefere talento ou sintoma?

Por gostar de escrever, estou sempre atento às informações a minha volta. Qualquer coisa pode dar origem a um novo artigo sobre comportamento. Outro dia, num curso, ouvi uma frase que achei tremendamente impactante: "Se você não coloca seus talentos no mundo, eles viram sintomas".
 
Todos somos dotados de talentos especiais, porém muitos não os reconhecem.
 
Não, este não é um texto religioso nem tão pouco motivacional. Trata-se de um texto muito prático e que pode ajudar você a se entender melhor.
 
Talentos são habilidades, aptidões naturais para realizar bem alguma coisa. É uma particular facilidade para entender, refletir e realizar determinada atividade ou assunto. Em geral, são coisas que nos dão prazer ao realizar e grande satisfação com o resultado.
 
Muitas pessoas tem talento para influenciar e liderar pessoas, outros para venda, marketing ou publicidade. Há quem tenha talento para artes em geral, culinária, moda, jardinagem, esportes, etc.
 
Qual é o seu talento? Você reconhece seu talento? E, você o tem posto no mundo (ou se preferir, o tem exercido?)?
 
Nosso bem estar físico e emocional está diretamente associado a esta sensação de que fazemos algo bem. Por isso, a plena realização de nossos talentos nos dá energia, motivação e colabora com nossa saúde.
 
Na nossa cultura, é comum reconhecermos o talento de outras pessoas, aplaudirmos e incentivarmos. No entanto, aparentemente, há talentos considerados mais importantes que outros. São aqueles relacionados à vida do trabalho. Ter talento para finanças, para comandar, para vender ou para tratar com pessoas são mais valorizados do que cozinhar bem ou dançar bem, pois podem ser facilmente incorporados ao mundo corporativo. Em razão disso, quem vê esses outros talentos em alguém, aplaude, mas comumente os entende como hobby, um passa tempo. Nada que se possa levar a sério. Por sua vez, quem tem esses talentos "não corporativos" aprende logo que eles, em nada, ajudarão sua ascensão numa empresa e os deixa de lado. Agindo assim, além de não causar estranheza junto às pessoas de seu convívio, a pessoa acredita poder evitar a perda do foco em sua carreira. Carreira esta, que ocupa todo o seu tempo, não deixando espaço na agenda para realizar outras coisas que lhe sejam prazerosas.
 
Voltando a frase que me impressionou, a reflexão é bem simples: se tenho talentos e não os pratico, estou mais sujeito ao cansaço e stress da rotina do trabalho. Se escolhi como profissão uma atividade distante de minhas maiores habilidades, é provável que eu precise me esforçar mais para me manter atento e eficiente. Se meus talentos não serviram de critério para a escolha de minha atividade profissional, estou mais sujeito a insatisfação profissional e às doenças ocupacionais e, mesmo, às de fundo emocional.
 
Como você escolheu sua área de atuação? Seu trabalho te dá prazer? Ao realizá-lo, sente que está exercitando seu maior talento? Você está fazendo o que te faz mais feliz?
 
Caso sim, pode se alegrar, pois poucas pessoas se permitem esse privilégio. Muitas, não têm coragem de assumir os riscos de uma escolha como esta. Agora se você faz parte do grupo enorme de pessoas que não coloca seus talentos no mundo, saiba que boa parte de suas irritações, desânimo, ineficiência, desmotivação e doenças, podem estar relacionados com isso. Tudo isso são sintomas de que algo não vai bem.
 
Proponho que pare para pensar e decida, conscientemente, se é assim que deseja levar sua vida. A pergunta a se fazer é simples: o quanto a maneira como você vive hoje te aproxima da vida que você sonha ter?
 
É grande o número de pessoas que passam pela vida esperando que esta mude e lhes dê a oportunidade de fazer algo diferente.  E por mais difícil que possa parecer, essa mudança precisa partir de você. Para aqueles que desejam promover mudanças na vida, comecem pensando no que exatamente querem no lugar do que têm hoje. É preciso ter um objetivo. Trace estratégias que aproximem você desse objetivo e inicie o caminho rumo ao que deseja.
 
Em alguns casos, o trabalho de um coach pode ser determinante para a criação e aplicação dessas estratégias. Mas, independente de como faça, o importante é não deixar o tempo passar. Se deseja mudanças, comece agora e não espere que a vida mude.
 
Não espere que seus talentos se transformem em sintomas.