segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Sobre política e profissionalismo

Conversei com dois grandes amigos dia 31/10 à noite. Logo após o comunicado oficial do resultado da eleição. Um deles sempre manifestou um posicionamento contrário ao do partido eleito. Fazia militância, levantava bandeira do outro candidato e tudo o mais. Ele estava bastante incomodado com o resultado e dizia que torceria para que “a pouca capacidade administrativa da candidata eleita se revelasse”. Meu outro amigo, embora também compartilhasse dessa opinião, não expressou a mesma decepção.

Eu buscava entender melhor essa diferença de reação, quando ouvi algo que vou guardar para sempre. Meu pacífico amigo, disse o seguinte: “Tenha eu, votado na candidata eleita ou não, o fato é que ela ganhou e, assim, tornou-se minha presidente também. Logo, agora só me cabe torcer e colaborar para que as coisas dêem certo para ela”.

Isso me fez pensar não só sobre meu magoado amigo, mas também nas tantas pessoas que encontramos pela rua, nas filas, nas conduções, que falam mal do governo (do atual e de tantos outros) e que  desejam com tal afinco que as coisas dêem errado, que até parece que estão falando do país vizinho. É como se todo azar que desejam  ao governante, não os atingisse. Aparentemente, falam de um outro Brasil, distante do deles.

Possivelmente, seja com estas mesmas pessoas que nós esbarramos nas organizações, todos os dias. Estão sempre certas de que, quando o que consideram bom para a empresa, não acontece, ela passa a correr risco de abrir falência.

Já viu aquela situação em que um gestor aprova a implantação do projeto de um analista da equipe, ao invés, do outro? Ou, aquela em que um integrante da equipe é promovido a gestor, ao invés de outro? Situações como estas e tantas outras semelhantes, acontecem todos os dias. Isso é comum. Da mesma forma comum, é a existência de pessoas que torcem pelo fracasso do Brasil e pelo fracasso da empresa.

Quantos colegas seus, você já deve ter visto, torcendo e, às vezes, conspirando para que as coisas saiam erradas no novo projeto, já que o seu não foi escolhido? E, quantos, você já não viu, rejeitando a nova gestão, pelo simples fato de não concordarem com a promoção?

Bom, as coisas mudam, projetos começam, terminam, as pessoas mudam de lugar, enfim, tudo se movimenta o tempo todo dentro das organizações. Mas uma coisa não muda: as empresas continuam querendo aumentar seus lucros, melhorar sua posição frente a concorrência e crescer. E, para tanto, necessitam de profissionais focados, que busquem colaborar para o alcance desses resultados.

Mas como é possível ser este profissional, quando a todo momento, me esqueço de minhas metas e trabalho para boicotar a empresa em que trabalho?

Sim, pois se toda vez que algo me desagradar, eu expressar desconforto e me posicionar contrário, perderei o foco em meus objetivos e trabalharei para destruir a empresa que me emprega. Não há como querer o fracasso de um projeto, no qual a empresa esteja investindo, sem querer também o mal desta empresa. Assim como, não há como desejar o fracasso de um governo, sem querer o mal do país.

Para aqueles que desejam o crescimento do Brasil e da empresa em que trabalham, vale pensar. O exercício da democracia traz, consigo, uma grande oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Trabalhar para o bem comum implica em deixar de lado aquilo que preferimos, para investir energia no sucesso do projeto da vez – gostando dele ou não. É esse que tem que dar certo, já que é com esse que a empresa/o Brasil conta no momento. É fácil ser otimista e colaborativo quando é a nossa vontade que prevalece. Busque trabalhar em prol da organização.

É disso que o Brasil precisa. É isso que o mercado procura.

domingo, 31 de outubro de 2010

Foco no que interessa

Meus amigos são uma fonte inesgotável de inspiração para meus artigos. Conversando, outro dia, com uma amiga de muitos anos, tive algumas reflexões interessantes.

Trabalhei com ela anos atrás e naquela época ela era meio pavio curto. Não levava desaforo pra casa. E não importava quem fosse e que cargo tivesse; se ela se sentisse agredida ou injustiçada, devolvia. Naturalmente, nem sempre a resposta saia da melhor maneira... Na verdade, na maioria das vezes, não.

Para tornar mais claro o tema que quero abordar, vou dar um exemplo dessa pessoa. Ela era analista de RH em uma grande empresa e tinha sob sua responsabilidade, um projeto interessante de plano de carreira para a equipe de uma área operacional. Ao apresentar seu projeto ao seu gestor, este fez várias considerações. Algumas pertinentes e outras não, segundo a avaliação dessa analista. Além disso, não considerou adequada a forma como este gestor se referiu a ela e ao projeto. Então, ela fechou a cara e retrucou, secamente, a dois ou três comentários de seu gestor. Embora minha amiga, desde essa época já fosse muito boa profissional, acabava perdendo o foco que era implantar o projeto e buscar os resultados e, passava a tomar atitudes com o objetivo de mostrar que estava certa. Não se conformava em apresentar um projeto tão bom e não vê-lo implantado e, não se conformava em não ter o reconhecimento, já que o merecia.

Quando se veste a camisa de uma empresa, ganha-se uma insígnia e a missão de defender os interesses desta instituição. Essa é uma tarefa muito difícil, porque algumas vezes precisamos deixar de lado nossos próprios interesses. Muitos profissionais passam anos sem compreender com clareza, o propósito de seu trabalho e, portanto, qual o resultado que deverão entregar. E, se isto não estiver claro, por vezes, perdemos o foco.

Quando minha amiga se deixou irritar pelo comentário de seu chefe, esqueceu, momentaneamente, do valor de seu belo projeto e do quanto sua implantação traria benefícios para a empresa e para as pessoas.

Alguns podem estar se perguntando, agora “...mas, Sérgio, que diferença faria pensar nisso, já que o gestor havia vetado o projeto?”

Vou responder, contando uma outra passagem desta mesma amiga. Hoje, ela é gerente de RH e continua tendo alguns projetos vetados pelo seu chefe (atualmente, o presidente da empresa). Contudo, hoje ela compreende que ouvir um “é mesmo, você estava certa” ou “é verdade, você tem razão”, não é o mais importante. Quando um projeto seu é recusado,  busca entender o que não está bom. Então, volta pra sua mesa e trabalha em sua melhoria. Ou ainda, espera um outro momento e, com mais embasamento, apresenta-o novamente. Às vezes, apresenta uma, duas ou três vezes, porque conhecendo bem a área e o negócio da empresa, não tem dúvida de que isso colaborará com o crescimento da organização.

Certa vez, chegou ao cúmulo de ouvir de seu chefe “tive uma ótima idéia para resolvermos aquele problema”, tratava-se de seu projeto, narrado por ele com se fosse de sua autoria. Certamente, não foi algo agradável de se ouvir e nem eu tenho a intenção de valorizar tal comportamento. Quero sim, destacar que o projeto foi implantado e era tão bom e necessário, que minha amiga não se importou que, para viabiliza-lo, precisasse abrir mão dos louros. O foco de seu trabalho, hoje, está no alcance dos resultados, em sua entrega. Ela sabe o que precisa fazer e o faz.

E, você? Onde está o foco de seu trabalho?

Pense nisso e, me diga se faz sentido para você.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Carreira: Causa ou Consequência?

Ao iniciar a vida profissional, muitas vezes, as pessoas têm como motivação, suprir as necessidades básicas para sobrevivência. Isso acontece com a grande maioria dos brasileiros e significa que, em geral, as pessoas não começam a trabalhar porque querem, mas sim, porque precisam. E, comumente, quando a necessidade aperta, não sobra muito tempo para avaliar e escolher a atividade profissional que mais agrada a pessoa. Aliás, entre as camadas C e D da sociedade, já se programa que, tão logo seja possível, os filhos comecem a trabalhar para ajudar nas despesas da casa. A respeito dessa realidade, o fator idade e falta de experiência também afetam, consideravelmente, o poder de escolha do jovem em início de carreira. Eu costumo dizer que no começo da minha carreira, eu não escolhia os empregos, eram os empregos que me escolhiam.

Este cenário sócio-econômico pode trazer como resultado, a falsa compreensão de que a carreira profissional é uma conseqüência das circunstâncias, o que não é verdade! Uma pessoa não tem que seguir trabalhando naquilo que lhe apareceu no início, pelo resto da vida, só porque começou assim. Pense, dentre todas as relações que estabelecemos ao longo da vida, a relação profissional é aquela, na qual permanecemos mais tempo.

Buscando exemplos em outras relações duradouras, para esclarecer melhor o que quero dizer, me ocorreu o casamento. Para grande parte das pessoas, a vida profissional começa quando ainda são solteiros, se prolonga durante a vida conjugal e, muitas vezes, o casamento acaba, mas permanece a necessidade de trabalhar. Logo, a relação com a carreira profissional, consiste num tipo de “matrimônio” e, esteja dando certo ou não, precisaremos continuar “casados“.

E, porque não fazer esse casamento dar certo?

Pense que, ter uma carreira sólida e, financeiramente, bem sucedida, pode não significar, ser um profissional realizado. Assim como, ter um casamento duradouro, não significa, ser feliz no casamento. Contudo, em geral, sucesso profissional e satisfação, costumam andar juntos. Mais do que isso, é a satisfação de fazer o que gosta que, normalmente, conduz ao sucesso profissional.

Muitas pessoas fazem maus casamentos e, ao se perceberem dentro desta relação, se esforçam por faze-la dar certo. O problema não está no movimento de “fazer dar certo”, ma sim, na compreensão do que se considera “dar certo”. Ser duradouro não significa que deu certo. Então, lutam para manter uma relação que, no fundo, gostariam que acabasse. Com o trabalho é a mesma coisa.

Preste atenção aos sinais. Se, ao ouvir a música de encerramento do Fantástico, domingo à noite, você sofre pensando “...que droga, o final de semana acabou e amanhã já é segunda-feira...”, tem alguma coisa que não vai bem. Pode ser com a empresa em que você trabalha. E, neste caso, se resolve mudando de emprego. Porém, pode ser maior que isso. Você pode não estar confortável com sua carreira. E aí, não bastará procurar outra empresa, se for para fazer a mesma atividade.

Proponho compreender a carreira profissional sob uma óptica diferente. Ao invés de aceitar exercer uma atividade profissional que não satisfaz só porque, no início, foi o trabalho que surgiu, tente pensar naquilo que gosta de fazer. Conheço pessoas que transformaram seu hobby, ou mesmo aquela atividade que alivia seu stress, em sua atividade profissional.

Imagine a carreira como mola propulsora de satisfação. Sua escolha, seja qual for, determinará como serão os próximos anos de sua vida. Trabalho não tem que ser um castigo. Pelo contrário, deve proporcionar sentimentos de realização.

Um trabalho desagradável causa frustração, além de mal estar físico e emocional. Se você está se “esforçando” para ser um bom profissional e trazer os resultados que esperam de você, pense se a dificuldade não está justamente no fato de você não gostar do que faz. Conheci pessoas com mais de 10 anos de carreira, que tinham em seu discurso “já estou há tanto tempo nisso que agora, tudo que posso fazer é continuar...”. Mas também conheci pessoas que diziam “trabalhei nisso durante anos, porque foi o que surgiu quando comecei, mas agora vou estudar o que eu gosto e começar a trabalhar naquilo que, realmente, me agrada...”.

Num outro texto, eu falei sobre ter coragem de tomar decisões. Suas escolhas profissionais é que determinarão os caminhos que você percorrerá vida afora. Não permita que sua trajetória profissional seja conseqüência de escolhas ruins ou de falta de coragem.

Carreira profissional é o início e não o fim. É a causa de um intenso processo de desenvolvimento e pode trazer consigo uma série de oportunidades.  Porém, se você a construir, seguindo um caminho que não escolheu ou que não te agrada, pode ser geradora de frustração.

Reflita sobre como está sua carreira e, se sentir que é o melhor, não tenha medo de mudar.

domingo, 8 de agosto de 2010

Você sabe tomar decisões?


Reflita um pouco sobre o questionamento feito no título acima. Então, responda. Como você faz todas as vezes que precisa tomar uma importante decisão? Age imediatamente ou adia seu posicionamento? Assume a responsabilidade por suas decisões ou sofre sempre que precisa se posicionar?

Todos os dias, profissionais passam pelo desconforto de tomar decisões que podem mudar o rumo das coisas nas empresas. Desconforto?? Sim, para algumas pessoas, ter o ônus de decidir algo, traz consigo grande ansiedade. Em particular, quando a decisão implica em optar entre duas ou mais possibilidades, essa ansiedade aumenta ainda mais.

Se pararmos para pensar, tomamos decisões o tempo inteiro. Decidimos que roupa vestir, o que comer, o que assistir na TV ou no cinema. Logo, a todo momento, nós temos que fazer escolhas. Entendo que, o grande problema para alguns é que, toda escolha implica em renúncia. Isso mesmo, para decidir por um novo rumo na vida ou para realizar uma nova atividade, preciso abrir mão do desejo e dos benefícios que uma outra decisão me traria.

Pensando nisso, eu pergunto:

Você se sente preparado para tomar decisões em sua vida?

Ao se decidir por algo, fica inseguro, pensando “será que fiz bem?”. Depois de tomar uma decisão, você gasta um tempão ruminando como seria se tivesse tomado uma outra decisão?

Bom, quando nos sentimos assim em nossa vida pessoal, apesar de perdermos muito tempo e de embarcarmos em grande sofrimento, muitas vezes, o prejuízo é só nosso. Contudo, quando levamos toda essa insegurança para nossa vida profissional, podemos promover grande desastre nos resultados de uma empresa.

Para buscar uma solução para esta questão, sem dúvida, o primeiro passo é se perguntar do que você tem medo. E, para auxiliar suas reflexões, seguem alguns possíveis motivos:

- Medo de se sentir incompetente
- Medo de decepcionar o outro
- Medo de represália, bronca ou rejeição
- Medo do arrependimento de não fazer a coisa certa (auto punição)

Poderíamos listar uma série de outros possíveis motivos, mas pensando sobre esses listados acima, o que têm em comum é o medo de não agüentar as conseqüências de uma decisão errada.

Pense, qualquer que seja a decisão tomada, você terá conseqüências. Positivas ou negativas, suas escolhas sempre trarão algum resultado. Porém, é através de um exercício de reflexão prévia, pesando prós e contras, que será possível prever resultados e se preparar para eles. Portanto, baixe a ansiedade e pense, se cabe a você tal decisão (seja ela qual for) talvez seja porque consideram você capaz de resolver.

Seja na vida profissional, ou na vida pessoal, avalie as conseqüências e vá em frente. Sem arrependimentos. A decisão, quando pensada, racionalmente, tende a trazer menor ansiedade.
Faça esse exercício de reflexão para avaliar se seu medo não é infundado. É possível que perceba que está sendo mais severo consigo do que qualquer outro o seria. Mas, independente de qualquer coisa, não deixe de tomar decisões pelo medo das conseqüências. Adiar uma decisão ou deixar de tomá-la, por si só, já será uma decisão. Você terá decidido, deixar que o navio navegue ao sabor das ondas. E as ondas podem te arremessar contras as pedras.

Os rumos que sua vida tomará no futuro dependem das decisões que você tomar hoje. Mesmo que você erre, a experiência já servirá para alertar você sobre o caminho que não servirá mais, ou que exigirá maior atenção da próxima vez.

Vamos imaginar que dê errado... Em boa parte dos casos, o pior que pode acontecer é, justamente, aquilo que você já teme. Afinal, quem é que nunca pintou o demônio pior do que, de fato é? E, se sua mente imagina o pior cenário, não haverá surpresas, não é mesmo? Se você já espera o pior, previna-se e prepare-se para lidar com ele, e não seja pego de surpresa.

Vá em frente!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O que acontece com a carreira de quem não quer ser gestor?

Já pensou o que vai ser quando crescer? Sei bem que você já é uma pessoa crescidinha... perguntei o que pretende ser quando crescer profissionalmente.

Muitos profissionais que estão na ativa vivem esse dilema. Já escolheram uma área de interesse, iniciaram sua carreira e sentem que precisam dar direção a ela para continuarem crescendo. Todos os indícios apontam que o crescimento para profissionais promissores está em posições de gestão. Se já passaram tempo adquirindo conhecimento na área, experimentaram desde a atividade mais operacional e, hoje, vivenciam posições como seniores de suas áreas. E agora, qual será a alternativa?

Esse é um dilema que assombra profissionais mais experientes, mas que começa bem mais cedo. Costumo sempre dizer em treinamentos e palestras, que acho muito cruel que as pessoas tenham que escolher, aos 17 ou 18 anos, as carreiras que vão seguir pelo resto de suas vidas. Nessa idade, pouco ou nada sabemos a respeito do que somos, e nos vemos, tendo que escolher o curso universitário que faremos e rumo que daremos às nossas vidas. Felizes daqueles que não têm essa dúvida. Porém, muitos a têm.

E, mesmo quando não temos dúvida de que carreira seguir, é uma tarefa difícil imaginar quais os caminhos vamos trilhar dentro dessa área de atuação.
Digo isso, porque o mundo corporativo apresenta uma gama de possibilidades de carreira para quem inicia sua vida profissional. E, cada vez mais sedentas por novos talentos, as grandes empresas apostam na busca e formação de profissionais que ainda estão nas faculdades, tornando cada vez mais conhecidos e disputados os seus programas de trainees. Esses programas se encarregam de preparar os gerentes do futuro. Isso quer dizer que, logo cedo, conduzem os novos profissionais a compreensão de que o correto e esperado de todo bom profissional é que ele queira ser um gestor no futuro.

Mas o que acontece com aqueles que não desejam seguir esta carreira?

Muitos lidam com naturalidade com esse fato. Assumindo o risco de estagnação da carreira. Não querem crescer e pronto. Outros, vivem essa falta de interesse por uma carreira executiva como um sofrimento. Afinal, desde a faculdade, o mercado afirma que esse é o caminho correto. Não querer, soa como optar por trilhar um caminho errado.

No entanto, esse mesmo mercado que estimula o desenvolvimento dos jovens e futuros gestores, tem valorizado cada vez mais o surgimento dos especialistas. Essa tendência que, nem é tão nova assim, mas ainda desconhecida por muitos, é chamada de carreira em Y. Implica na escolha por um caminho alternativo àquele já conhecido. Como nem todos desejam ser gerentes ou não reúnem as competências necessárias para tal, é possível optar por uma carreira como especialista.

A carreira em questão inicia-se no mesmo ponto (em geral, com a atividade mais operacional). Após alguns degraus, surge o momento de escolher um caminho. Num dos vértices do Y, estão os cargos de gestão, no outro, as posições que exigem maior conhecimento técnico.

Atualmente, muitos fazem essa curva, ascendendo profissionalmente em direção paralela àquela habitual. Seguem, desenvolvem uma carreira e alcançam patamares salariais compatíveis com posições de gerência. Não ocupam posição de gestão, mas conseguem, da mesma forma, subir degraus em sua carreira.

Mas é bom saber que, quem escolhe essa carreira, precisará se atualizar sempre e buscar cada vez mais envolvimento com a sua área para não ficar desatualizado. Deverá se preocupar em ter formação acadêmica compatível (ex.: MBA, Mestrado, Doutorado) com a exigência de seu mercado de atuação e entender o que os “papas” de sua área tem feito que possa servir de norte para seu desenvolvimento.

E aí, já sabe o que vai ser quando crescer?

sábado, 3 de julho de 2010

O Brasil perdeu a Copa, e agora?

Não tenho o hábito de acompanhar futebol normalmente. Sou o dito, torcedor eventual. Porém, como boa parte dos brasileiros, considero a copa do mundo, uma outra história. Nessa ocasião, tenho vontade de ver todos os jogos, me vestir de verde e amarelo e me preparar para os jogos do Brasil. E, consequentemente, fico num estado elevado de ansiedade e nervosismo durante jogos como esse, contra a Holanda. Então, vem o resultado... e ficamos todos assim, com o moral em baixa. Que tristeza!

Vi pessoas vivendo verdadeiros lutos e soube de alguns conhecidos que choraram copiosamente. Mas, enquanto assistia pela TV, ao desânimo de torcedores no estádio e ouvia a fala de comentaristas sobre o desempenho dos jogadores, me chamou atenção uma fala de um dos jornalistas: “lembrem-se, é só um jogo...”.

Imagino que deva ser uma situação bastante dramática para os jogadores que saíram de campo derrotados, para o Dunga, então... Afinal, pra eles, é mais do que entretenimento, é o trabalho deles. Pode-se dizer que, futebol é a vida deles. Mas e pra nós brasileiros, qual a representatividade que tem o futebol em nossas vidas? Qual será o impacto desse resultado no moral do brasileiro? O quanto depositamos nos pés desses jogadores, a responsabilidade por nos fazer sentir vitoriosos? E agora, como conduzir as coisas, quando nossos representantes não dão conta de nos trazer o gosto agradável da vitória?

Refletindo sobre o assunto, lembrei de quando assisti ao filme “Chico Xavier”. Numa conversa com a irmã, o personagem principal, que estava hospitalizado, disse para que ela não se preocupasse, porque ele só morreria quando todos os brasileiros estivessem felizes. E, coincidentemente ou não, sua morte foi anunciada no dia em que comemorávamos o título de penta campeões do mundo.

Que estranho poder é esse que o futebol tem de mobilizar o brasileiro, a ponto de elevar seu moral e fazer com que veja a vida de forma otimista ou rebaixá-lo, de forma, a interferir em sua disposição para outras atividades da vida?

Penso que é saudável que busquemos motivação em diferentes eventos da vida. E, isso acontece em diversas situações. Por exemplo, o nascimento de um filho, nos dá gás renovado para enfrentar situações difíceis. Mesmo aquelas em que, antes, não tínhamos ânimo pra enfrentar, ou não sabíamos como resolver. Para os que não têm filhos, pensem nas diversas situações em que um fato importante ocorrido em um setor de sua vida, eleva sua motivação e faz com que se esforce para que, também nos outros setores, as coisas corram bem. É natural que nossos fracassos, assim como nossas vitórias, causem impacto em nossa vida como um todo. Então passamos um tempo sofrendo...pensando em como conduzir as coisas, dali por diante. E, nesse momento, o importante é que, consigamos encontrar razão para continuar. Seguindo nessa linha de raciocínio, posso chamar a copa do mundo de fracasso pessoal?

Fico pensando na razão pela qual, algumas vezes, creditamos ao outro, o ônus de nos motivar ou nos derrubar.

É triste perdermos a copa, afinal quem não gosta de ganhar, não é? E, por mais que nós quiséssemos entrar em campo e resolver nós mesmos, uma dividida, ou definir uma jogada finalizando com o gol, só podemos depender da nossa seleção pra isso. Mas, em nossas vidas podemos tomar as decisões. E, as decisões que dizem respeito a nossos interesses pessoais e profissionais, não podem depender da vontade, capacidade ou disposição do outro. Pois o outro pode não poder, não conseguir ou não querer.

Se você ficou muito triste por causa do resultado da copa do mundo, a ponto de não encontrar ânimo para suas atividades, lembre-se, é só um jogo. Você, certamente, tem muitas outras partidas que dependem somente de você. Que tal ir para o vestiário, tomar uma ducha, esfriar a cabeça e se preparar para as próximas partidas em sua vida? Ainda virão muitas!

Você está derrotado ou ainda tem chance?

Essa partida contra a Holanda, me rendeu muitas reflexões. Por isso estou aqui escrevendo sobre esse assunto novamente.

Estávamos, só minha esposa e eu assistindo ao jogo, em casa. No início da copa, começamos a acompanhar os jogos através de um canal da TV a cabo. Nessa sexta, diferentemente, estávamos assistindo ao jogo do Brasil, pela Rede Globo. Minha esposa, como boa torcedora, manifestou sua superstição. Ao ver o Brasil começar a perder o controle do jogo, disse “estamos assistindo na Globo, isso está dando azar para o Brasil...não assistimos a nenhum jogo nesse canal, mude para o outro canal...”.

Então mudamos para a outra emissora... 37 minutos do 2º tempo, Brasil visivelmente desestabilizado e perdendo espaço para o adversário. E o jogo se aproximando do final.
Como bom brasileiro e torcedor, eu já estava bastante tenso com essa situação. E, para piorar a situação, quando mudamos de canal, veio a narração do comentarista. Ele dizia “...o Brasil, sendo eliminado pela Holanda”, “...a derrota do Brasil pela Holanda...” e outras coisas assim. Confesso que fiquei bastante irritado com essa narrativa, afinal tínhamos ainda, mais 7 minutos para o final do tempo regulamentar, além dos acréscimos. Aquela fala me deixou ainda mais ansioso, e tratei de colocar de volta na primeira emissora.

O interessante é que lá, o Galvão Bueno dizia assim “...o Brasil, em situação de grande tensão...”, nos momentos de contra ataque da seleção, dizia “...é isso que o Brasil precisa...”, “...ainda há tempo de reagir...vamos lá seleção brasileira...” e coisas do gênero. Embora estivéssemos mais próximos do final do jogo, ouvir essa narrativa, me dava esperança de que poderíamos ainda empatar o jogo.

Não sou um fã do narrador da Globo, também não tenho nada contra (parece que alguns não gostam), mas essa postura me trouxe uma reflexão importante.

Pergunta: como você age quando as coisas parecem ruins? Entrega os pontos no final do 2º tempo ou pensa que o jogo, realmente, só acaba quando termina?

Não são poucas as dificuldades impostas pela vida cotidiana. Quantas vezes, não são as vezes em que nos vemos em apuros? Seja na vida pessoal ou na vida profissional. E, é a nossa disposição pessoal que, muitas vezes, determina o resultado do jogo. Se acreditamos que é possível vencer, não há problema da vida ou chefe mal humorado que possa derrubar nossa vontade. Por outro lado, quantas vezes, você já se viu perdendo o controle de uma situação, por acreditar que não tinha mais jeito?

Pense um pouco, você deve ter em sua vida, algum episódio em que tudo parecia perdido, mas sua determinação até o final mostrou que era possível.

Falando, mais especificamente, do trabalho, como é com sua equipe? Busque na memória, às vezes em que precisou conduzir o grupo na busca de um resultado difícil. Que papel você fez? Do Galvão Bueno ou o do outro narrador esportivo?

A motivação é fator decisivo para nosso sucesso na vida ou na empresa. A qualquer momento do jogo, é possível fazer uma grande partida. Lembrem-se do jogo Brasil x Holanda, na copa do mundo de 98. Fechamos o tempo regulamentar em 1 a 1 e, mesmo depois de uma prorrogação desgastante, definimos a partida nos pênaltis por 4 a 2.

Alguns jogos, na vida, só são definidos mesmo, nos pênaltis. Lá, quando quase ninguém mais acredita que seja possível. Esteja certo de que só será possível para você se, de fato, acreditar.
Sucesso em suas partidas!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Quem quer ser líder?

E aí, você quer ser um líder? Quer se tornar gerente de uma área? Ter uma equipe? Não!!? Mas o caminho natural de todas as carreiras corporativas não é a gestão?

Pois é. Muitas pessoas pensam que sim. E, ao pensarem desta forma, propagam a idéia de que uma carreira só é ascendente, quando o profissional alcança este patamar. Ser um líder de uma área virou sinônimo de ter alcançado a realização profissional. Para muitas pessoas, de fato, é este o caminho para o qual todas as carreiras devem convergir. Sendo assim, o que será dos profissionais que não desejam dar esse destino a suas carreiras?
Vi muitas situações em que profissionais que recusam promoções ou oportunidades em posição de gestão, passaram a ser vistos como medrosos ou acomodados. Afinal, como alguém que se preocupe em construir uma carreira profissional, pode não querer o que tantos desejam?
Embora o mercado esteja mudando, ainda é possível encontrar pessoas com uma visão estreita sobre desenvolvimento profissional. Conheci uma gestora de RH que, passou a hostilizar analistas de sua equipe por terem recusado oportunidades para gerir áreas e/ou coordenar pessoas. Talvez por não digerir bem uma recusa a um oferecimento seu; afinal pode ser um ataque a sua autoridade. Ou por não acreditar que um profissional bom, possa não querer seguir o caminho traçado por ela. Alguns gestores se deliciam ao perceberem que sua trajetória profissional é merecedora de admiração de sua equipe. Como lidar com o desinteresse de seu subordinado por sua carreira?
Vi uma outra situação em que um supervisor, “colocou na geladeira” um profissional de sua equipe, só porque este, manifestou num feedback, não querer se tornar também, um supervisor.
É cômodo pensar que o problema esteja no profissional. “Sim, este indivíduo, certamente, deve ser um acomodado, não pensa em crescer, etc, etc...” Isso traz algum conforto para a consciência do gestor que, ao deparar-se com o desinteresse do subordinado pela vaga, vive uma angústia, “como poderei ajudar essa pessoa a se desenvolver, já que não quer ser aquilo que eu sei ensinar?”.

Alguns líderes despreparados para a função de gestores de pessoas, acabam por entender que se a função deles é desenvolver o grupo, conduzirão suas equipes para o caminho que eles próprios, compreenderam como o melhor: o seu. Quando isso acontece, muitas vezes o gestor nem questiona, previamente, se o seu liderado deseja trilhar seus passos, apenas o desenvolve. “Vai que ele diz que não quer, e eu fico sem saber o que fazer...”.

Essa situação, pode colocar o gestor em contato com um grande dilema. “Será que eu sei desenvolver pessoas!?”. Bom, essa é uma pergunta que só você poderá responder.
Mas se quiser entender como fazer, vamos lá, segue sugestão. O processo é simples, mas exige disposição.

Começa com uma reflexão do gestor para compreender que seu caminho profissional pode ser muito interessante, mas não é o único. O profissional em sua equipe tem todo o direito de não se interessar por ele. Ser menos focado em carreira do que você, não significa ser menos profissional.

Pergunte ao liderado, o que deseja para sua carreira. E, então, busque na empresa, os caminhos para aproximar o profissional do foco de seu interesse. Naturalmente, não se espera que o gestor saiba tudo e, é muito digno admitir que não sabe. Podem, inclusive, descobrirem juntos, quais são os caminhos de interesse do colaborador. Um gestor nem sempre precisa ter as respostas, mas pode estimular o liderado a buscá-las, facilitando o acesso a elas.

É um erro pensar que a posição de liderança traz consigo a responsabilidade de saber tudo. Até porque, aceite, você não saberá. Então trate de evitar esse sofrimento. Não se martirize e nem a seus liderados. Acreditar que carrega um “Super” escrito no peito, pode fazer do líder, um autoritário. A tirania, é uma forma de camuflar as fraquezas, que todos temos e sentimos, de vez em quando.

Considere que, ajudar pessoas a buscarem seus caminhos – mesmo fora de sua área – ou permitir que se aprimorem cada vez mais naquilo que já fazem, é uma forma de desenvolve-las.
Mensagem aos líderes: Desenvolvimento pode ocorrer em muitas direções e liderança é apenas uma delas.

Mensagem aos liderados: o caminho é seu e, para escolhê-lo, você deve considerar o que lhe fará sentir-se feliz e realizado no futuro, afinal é lá que você passará o resto de sua vida.
Sucesso a todos!!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Você reconhece o valor de seu potencial?

Outro dia, numa conversa com alguns consultores conhecidos meus, surgiu o seguinte assunto, como estabelecer o preço de cada serviço prestado. Um dos colegas expressou que durante muito tempo (e, ainda hoje, pelo que pude perceber) determinar o valor de seu trabalho foi um grande problema, gerador de grande ansiedade.
Fiquei pensando nessa questão e, me chamou atenção o fato de que é mais comum do que se imagina, as pessoas terem dificuldade para determinar o valor do trabalho que prestam.

Bom, se fosse só isso, já seria uma questão importante porém, fácil de resolver. O fato é que a situação tem desmembramentos em diversos segmentos da vida e começa muito antes de iniciada a vida profissional. Muitas vezes, para saber o quanto “custa” o trabalho que se oferece, é preciso ter clareza do quanto “vale” esse trabalho. Qual o valor que o próprio indivíduo atribui ao trabalho que realiza? Em outras palavras, qual o valor que a pessoa se dá?

Você sabe o quanto vale o seu trabalho? Sabe o quanto vale a sua amizade? Já pensou sobre o quanto você representa para as pessoas a sua volta?

Seja no relacionamento profissional, afetivo ou de amizade, o primeiro passo para que consigamos nos sentir bem é darmos, nós mesmos o devido valor ao que somos. No confronto com o outro, repleto de qualidades e envolto em suas variadas competências, torna-se difícil, às vezes, sentir que você está a altura e que, reúne também, qualidades valiosas. Afinal, nossa atenção está voltada para o que o outro mostra e, menos vezes, para o que mostramos.

Voltando a conversa inicial, sobre trabalho, já ouvi muitas pessoas se questionando se o trabalho que estão oferecendo, vale o quanto o mercado cobra pelo mesmo tipo de serviço. Ao ouvir esses questionamentos penso, na verdade, estar ouvindo “como posso cobrar tanto?” “Será que eu valho isso tudo?”.

Vale fazermos uma reflexão sobre o assunto, pois tal insegurança tem impacto na maneira como nos relacionamentos com o mundo, mas nem sempre identificamos como um problema. Consultores, profissionais autônomos, como psicólogos clínicos, por exemplo, passam por este dilema mais freqüentemente, já que precisam eles próprios determinarem o valor monetário do conhecimento que oferecem.

Contudo, muitas pessoas, vivem o mesmo desconforto, sem se darem conta desta dificuldade. Quando têm que vender seu talento numa entrevista de emprego ou quando disputam uma vaga interna na empresa. Também num relacionamento afetivo em que devemos demonstrar a pessoa amada o quanto merecemos esse amor. Sim, porque para merecer o amor e o respeito do outro, é fundamental que sejamos os primeiros a reconhecer nossas qualidades e... nos amarmos mesmo. Da mesma forma, para conseguir demonstrar talento, é preciso reconhecê-lo em nós. Mais do que saber que existe, é preciso reconhecê-lo.

Saber que temos valor, é o que nos faz nos aventurarmos por campos menos conhecidos, como uma carreira como autônomo, a disputa por uma promoção, o desejo de conquistar uma pessoa. No entanto, o não reconhecimento do próprio valor, faz com que nos boicotemos, na hora “H”.

Recorda-se de alguma vez em que você tenha saído de uma entrevista perguntando “porque eu fui dizer aquilo?” ou “como eu pude deixar de falar daquela experiência importante?” Lembra-se de já ter saído de um primeiro encontro amoroso, com a sensação de ter posto tudo a perder, mesmo sabendo que tinha tanto a oferecer?

Apresentei aqui dois exemplos típicos, mais o fato é que quando uma pessoa não consegue reconhecer o próprio potencial, deixa escapar isso nos mais diversos momentos. Comece a se policiar para perceber os sinais de boicote. Sabe quando numa conversa despretensiosa entre amigos, você fale uma bobagem qualquer e, rapidamente, se pune, dizendo “olha, que idiota!”, ou “eu sou um imbecil, mesmo!”. Preste atenção, esses são os indícios de que, sua auto estima está merecendo cuidados e que, você precisa ser menos severo consigo mesmo.

Reflita comigo, viver implica em correr alguns riscos e quanto maior nossa exposição, maior o nosso receio de não darmos conta do que vem pela frente. Isso é normal. Só pense, também que, o caminho construído por você, para chegar onde está hoje, possivelmente, foi aberto por suas competências pessoais e talento profissional. Erros e enganos todos cometemos e os seus, provavelmente, não são maiores que os dos outros. Cuide para não recuar frente a grandes oportunidades, nem desvalorizar seu potencial, botando a perder tudo o que conquistou. Comece esse trabalho interno, respondendo a seguinte pergunta “que valor você dá ao seu valor?”

Sua carreira está à deriva?

Qual a relação que você tem com sua vida profissional? Pense antes de responder. Você sabe onde deseja estar, profissionalmente falando, daqui há cinco ou dez anos? Eu sei que muitos, ao iniciarem esta leitura, vão pensar “lá vem mais um texto, falando de carreira e querendo que eu me preocupe com futuro profissional”. Mas peço que continuem a leitura para entenderem onde quero chegar.

Estar empregado nos dá uma enorme sensação de conforto porque, aconteça o que acontecer, o salário estará na conta no final do mês. De fato, representa uma grande segurança imaginar que basta seguir a rotina e fazer o seu trabalho, que a remuneração virá. Tem ainda, por parte de alguns, aquela compreensão de que, “se eu me esforçar e der o meu melhor, uma hora dessas eu serei visto e reconhecido com um aumento de salário, uma promoção ou, ao menos, melhores condições de trabalho”. E valia pensar assim, já que antes, era creditado a empresa, a responsabilidade pela carreira do profissional.

Essa situação não é realismo fantástico e nem filme de ficção, há muito tempo as coisas eram assim, mas hoje não são mais!

O que existe hoje, é um negócio chamado mercado competitivo, que faz com que as empresas promovam mudanças constantes e, muitas vezes radicais, em sua organização interna, para se manterem competitivas. Buscam criar um diferencial, este, pode ser um produto tecnologicamente superior, uma maneira específica de apresentar a marca ou um atendimento altamente especializado, entre outros. O fato é que, para que as mudanças ocorram, essas empresas exigem mais de seus colaboradores. Nesse “mais”, leia-se, mais dedicação, formação acadêmica superior, conhecimento técnico específico, idiomas, etc. Além, é claro, de um conjunto de competências comportamentais condizentes com os desafios do mercado.

Na contramão de tudo isso, lá dentro da empresa , envolvidos pela rotina, muitas vezes não percebemos que o tempo está passando e que, na mesma velocidade, todas essas mudanças estão ocorrendo a nossa volta. Como conseqüência desse processo todo, muitos profissionais acabam ficando para trás.

Frente a isso tudo, a minha pergunta é, como você tem cuidado de sua carreira, para não ser excluído do mercado?

As empresas não valorizam mais o profissional que é só esforçado. Valorizam sim, o profissional competente. É com esse profissional que elas contam para alavancar resultados e cumprir suas metas.

Se você é o profissional esforçado, pare de esperar que a empresa te veja e reconheça sua dedicação. Ela não tem que fazer nada por você, ela não te deve nada. Assuma o controle de sua carreira e mantenha-se em movimento. Entenda que a empresa é transitória em sua vida, já sua carreira deverá acompanhá-lo para muito além desse seu emprego. No entanto, para que isso aconteça, planejamento é fundamental. Determine em que direção deseja seguir e busque se capacitar para tal.

Pense que, se você conta com a empresa para cuidar de sua carreira, vai constatar que sua carreira é uma embarcação à deriva. E, as carreiras à deriva estão fadadas a naufragarem. Entenda o que a empresa deseja de você e avalie se você tem correspondido a tal expectativa.

O que outros profissionais de sua área têm que você não tem? Quem deseja permanecer no mercado, precisa parar de esperar reconhecimento e começar a construir o know how que o manterá na ativa e no controle dessa embarcação que é a sua carreira.

Sucesso!!!

sábado, 8 de maio de 2010

O descaso dos processos seletivos

Você está desempregado, ou disponível no mercado, como alguns preferem dizer? Ou mesmo, buscando uma outra oportunidade de trabalho porque o seu atual, não lhe agrada mais? Então, certamente, já passou pela situação de aguardar um retorno prometido por selecionador e este retorno nunca vir.

Para aqueles que não são da área e não sabem como funciona, a rotina da área de seleção, no RH é uma correria. O mesmo selecionador cuida, ao mesmo tempo, de diversas vagas. Em cada uma delas, lida com dezenas de candidatos. Os processos têm ritmos e complexidades diferentes. Isso quer dizer que num momento há um ou dois processos exigindo muito tempo e energia do selecionador. Noutro momento, antes que esses primeiros tenham sido encerrados, o selecionador precisa voltar sua atenção para outros processos. Enfim, a vida no RH é uma loucura e, nesse contexto, é muito fácil este profissional esquecer de algum detalhe. A questão é que, em geral, o detalhe esquecido, são os candidatos.

Quem nunca viveu a angústia de esperar uma resposta positiva que seria a salvação da lavoura? Naturalmente, quando se está procurando um trabalho, em cada processo, o que se espera é um retorno positivo. Mas, certamente, um “infelizmente, não pudemos aproveitá-lo neste momento”, já daria conta da ansiedade da espera. Permitiria que o candidato se reorganizasse, deixasse de alimentar expectativa e pudesse canalizar sua energia para outras possibilidades.

Aos meus colegas de RH, peço desculpas por esta manifestação, pois como já disse, sei como funciona. O que quero expressar aqui é, não prometam retorno, se não puderem cumprir.

Estar sem trabalho afeta gravemente a auto-estima do profissional. O sentimento que surge é o de inadequação, pois parece que todos a sua volta estão trabalhando, menos você. E, cada processo seletivo para o qual é chamado, representa uma valiosa oportunidade de ter de volta a identidade. Portanto, a expectativa de quem espera retorno de um processo é muito grande. E o grau de ansiedade que já é alto pela condição de desemprego, se eleva a quinta potência. Agora imagine o pensamento deste profissional, alguns dias após ter se esgotado o prazo dado por um selecionador para um retorno. Em geral, o responsável pelo processo diz assim “...não importa o resultado, daremos retorno a todos...aguardem até...”. E o profissional que não recebe resposta, mas que acredita que houve um retorno pensa “...os que passaram, tiveram retorno, os que não passaram, tiveram retorno...poxa, se eu não mereci nem um retorno negativo, eu não devo servir pra nada...”. Forte não? Ouvi isso de um amigo que durante mais de um ano buscou se recolocar.

Ora, somos profissionais de humanas, muitos de nós atuam com desenvolvimento de pessoas. Onde está a preocupação com o ser humano? Não dá para perdermos a sensibilidade sob o pretexto de que a vida é corrida em Recursos Humanos. Se prometeu, faça um esforço e cumpra! Ou, se constatou que não dá conta, pare de prometer retorno. Pensem em como se sairá no próximo processo, um profissional, após participar de dois ou três, sem retorno. Se sentirá seguro para mostrar o seu melhor? Acho que vale refletirmos sobre essa situação, e revermos nossa postura.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Aqui jaz um emprego

Estava lendo outro dia, uma reportagem sobre o futuro das profissões. Nesta matéria, falava-se sobre o rumo das carreiras profissionais e sobre o fato de o emprego formal e de longa permanência nas empresas, estar com os dias contados. Então, me perguntei, será que os profissionais estão preparados para essa mudança?

Calma! Não se trata de um complô para prejudicar os trabalhadores e aumentar a fila de desempregados no país. Mas sim um movimento evolutivo que, cada vez mais contempla as contratações por projetos. Nesse novo cenário, aumenta a procura por profissionais especialistas em áreas específicas que aceitem contratos de trabalho por tempo determinado; o tempo de um projeto em cujo qual, ele entre com seu know how e/ou sua força de trabalho. Este tipo de proposta de trabalho flexível é mais confortável àqueles profissionais que têm o controle da própria carreira e que, portanto, têm objetivos claros com relação ao seu futuro profissional.

De certa forma, penso que isso pode ser uma oportunidade para profissionais com mais idade, que acumularam mais experiência. E, ao mesmo tempo, exige dos mais novos, maior preparo para garantirem uma oportunidade nesse mercado tão concorrido.

Tenho alguns conhecidos que, temendo a perda de espaço no mercado, optaram por buscar concursos públicos, visando a tão sonhada estabilidade. Coincidentemente, todos pertencentes à geração X (nascidos entre o final dos anos 60 até 1980). Talvez tenham herdado da geração de nossos pais, aquela necessidade de segurança, caracterizada pelo desejo de encontrar uma empresa que os receba e, na qual possam permanecer muito tempo, serem reconhecidos e recompensados pelos anos de trabalho (e não por suas competências). Muitos, magoados com o não reconhecimento por seu empenho, ao invés de buscarem entender o que falta desenvolverem ou estudarem, preferem deixar as empresas privadas e passam a buscar a segurança, por vezes, estagnadora, de um emprego público.

Muito mais alinhada com a expectativa do mercado, chega com tudo na concorrência, a geração Y (nascidos entre 1981 e 2000). Sedenta por crescimento rápido e, por isso muito mais preparada tecnicamente. Além, é claro, de estar mais disposta a correr riscos. Dado esse, que a coloca em condições de encarar os desafios dessa nova realidade profissional.

Você está preparado para essa nova realidade? Independente de qual seja a geração em que você nasceu, avalie a quantas anda a sua empregabilidade. O que o mercado em sua área de atuação tem lhe pedido e você, por vezes, insiste em acreditar que não precisa desenvolver? O mundo do trabalho é competitivo sim, privilegia os mais preparados e, tem excluído sem dó, os profissionais que pararam no tempo. Lembre-se, não há lugar no funcionalismo público para todos que o desejam. Sem contar que também é muito concorrido.

Pense no que você quer para sua carreira e corra atrás de se preparar, pois a qualquer momento o seu emprego pode deixar de existir.

sábado, 27 de março de 2010

Fale sempre que um banco te apertar

Estava eu, sentado na poltrona de um ônibus, indo para São José dos Campos, ministrar um treinamento; pensando em como começar esse texto que fala sobre assertividade. De repente, uma daquelas pessoas bem folgadas que deitam o banco da frente com tudo, sem se preocupar se vai te incomodar, prender suas pernas ou deitar no teu colo, se inclinou de uma só vez, me imobilizando. Depois de alguns segundos de irritação, encontrei a resposta ao meu questionamento inicial. Pensei “se quero escrever sobre assertividade, vou começar, exercitando minha assertividade”. Então, chamei-o e pedi que inclinasse menos o banco.

Para aqueles que não conhecem o termo, assertividade define o uso adequado da comunicação em prol de defender seu ponto de vista ou seu espaço físico ou emocional. Implica em dizer ao outro o que pensa, sem recuar e nem agredi-lo.

Num primeiro momento, ao sentir o banco prender minhas pernas, pensei no absurdo desse comportamento e me agitei na esperança de que, ao sentir meu joelho em suas costas, se tocasse e me soltasse, sem que eu precisasse falar. Não deu certo. Então, senti raiva e quis me mexer mais pra ver se o irritava. Mas logo compreendi que não resolveria. Por um instante, quis deixar pra lá e agüentar, afinal seria uma viagem curta e não valia a pena arrumar confusão. Então, pensei no desconforto físico que sentiria durante a viagem e no desconforto emocional que me acompanharia por muito tempo depois que a viagem acabasse, por não ter falado o que estava sentindo. Então, falei “amigo, pode por favor, erguer seu banco, ele está prendendo minhas pernas.” Ufa! Me senti melhor; por poder me mover e, principalmente, por ter falado o que eu queria.

Já pensou em quantas vezes você vivencia situações como esta em sua vida pessoal ou na empresa? Quantas vezes você se sente agredido pela fala ou comportamento de alguém e se omite? Deixa passar por medo de expor o que pensa ou por receio de ser ofensivo ou mal compreendido. Ou ainda, quantas vezes sente o sangue subir a cabeça e deixa sair o que está sentindo, do jeito que está sentindo e se arrepende depois?

Procure pensar em como você tem conseguido comunicar o que pensa e sente! Avalie, se tem conseguido ser assertivo. Se tem saído das situações com raiva de si mesmo porque não teve coragem de dizer o que sentia, você foi passivo. Se, ao sair da conversa, seu interlocutor saiu magoado, ofendido e você com sentimento de culpa pela forma como se expressou, você foi agressivo.

Quando tiver uma conversa difícil pela frente, na medida do possível, faça uma pausa para pensar no que quer e, em como quer dizer. Em geral, esse exercício, antecipa algumas possíveis sensações de desconforto e, por conseqüência, oferece a possibilidade de pensar em formas de lidar com elas.

No caso de conversas ou situações inesperadas, quando não for possível se preparar, tente não responder. Se a situação permitir, saia de perto, avalie suas emoções e, quando estiver mais seguro, chame a pessoa para outra conversa e dê sua mensagem.

O ideal é que você saia da conversa sentindo-se bem, por ter expressado o que sentia e o outro saia inteiro, sem a sensação de que sua fala o destruiu. É preciso exercitar, para comunicar-se de forma adequada. Para muitos, não é fácil, mas o prazer de se expressar e ser compreendido plenamente, é compensador.

Seja assertivo! Fale sempre que sentir que há um banco lhe apertando.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Direito a busca dos objetivos

Como primeiro artigo do meu blog, pensei em ter algo que fosse interessante, agradável de se ler e que trouxesse a noção de que é um momento inaugural. Resolvi escrever sobre objetivos.
Trabalhei durante 22 anos em empresas privadas. Inicialmente, muito novo, trabalhei naquilo que surgia. E, depois de formado, surgiram as oportunidades na área de Recursos Humanos. Dito assim, parece que foi uma transição fácil e muito linear. Tive muitos altos e baixos e me lembro, ainda adolescente, de sentar na cama pela manhã e, meio sonolento, me perguntar “até quando vai ser assim?”. Me incomodava a idéia de trabalhar em coisas que não me agradavam, pois como boa parte dos brasileiros, ao invés de escolher o que queria fazer, eu era escolhido pelos empregos. É o que a necessidade permitia...
Minha primeira pergunta para reflexão é: Até que ponto vale o desgaste de realizar um trabalho que não lhe agrada?
Eu vi alguém dizer, certa vez, numa entrevista que, a maior qualidade do brasileiro é a capacidade de se indignar. A pessoa referia-se a indignação, como o passo inicial para a mudança. Mais do que se indignar, eu penso se não se faz necessário visualizar um local melhor para estar. Afinal, de que adianta a indignação de ficar, se não vier acompanhada do ímpeto de não mais estar?
Considero válido permanecer em situação desfavorável, se essa condição servir para aproximar a pessoa de um objetivo maior. No entanto, para muitos, parece que indignação e objetivos não são aliados. Para sair do lugar, é preciso sonhar e visualizar algo melhor. Porém para isso, é preciso um tanto de ousadia e acreditar que este sonho, por mais arrojado que pareça, pode ser alcançado.
Tudo bem... indignação parece já ser um direito adquirido por muitos, mas quantos se permitem sonhar com algo melhor? Sonhar é o primeiro passo para o estabelecimento de objetivos. E, a busca dos objetivos é que legitima minha indignação. Hoje posso afirmar que andei um bocado desde aquela época em que me sentia incomodado com meu trabalho da adolescência. Mas nem penso em parar, ainda há muito pela frente, e já tratei de me indignar com algumas coisas, só para não esquecer dos meus objetivos.
E você, está feliz com sua atual condição de vida e de trabalho? Sente ou já sentiu a tal indignação brasileira? Se sim, o que faz com ela? Alimenta seu desejo de crescer e de conquistar tudo o que deseja ou, fica no mesmo lugar alimentando sua gastrite e se preparando para cultivar uma úlcera?
Bem vindos ao Canal Desenvolver!