Toda empresa deseja alcançar resultados cada vez melhores. E o grande desafio dos gestores é formar equipes capazes de trazer os tais resultados.
Mais do que juntar profissionais de alta performance, o desafio do líder é conduzir de forma motivadora, sua equipe ao resultado. O mercado, cada vez mais competitivo, provoca nas empresas o movimento de fazer com que os líderes busquem incessantemente o aumento dos resultados. O líder sente-se compelido a cobrar cada vez mais de sua equipe, porque entende a mensagem da seguinte forma: não importa os caminhos, é preciso trazer o resultado.
Conheci uma gestora que tinha esse perfil, mas não sabia. Boa parte do tempo, em seu discurso, defendia a ideia de que a peça mais importante do jogo corporativo eram as pessoas. Pegava no pé de sua equipe de coordenadores para que cuidasse bem de suas equipes. Estimulava o grupo a motivar e ouvir as necessidades dos colaboradores, alegando que só assim seria possível melhorar o clima organizacional. Mas nos momentos em que as metas estavam mais difíceis de serem batidas ou algum outro percalço se apresentava, eram as pessoas, a primeira coisa que ela esquecia. Convocava reuniões de emergência com toda equipe de coordenadores em que durante horas esbravejava e batia na mesa. Vociferava frases do tipo “quero que se dane o problema de fulano, eu quero é o resultado, virem-se”.
Por mais incrível que isso possa parecer, ela realmente acreditava que cuidar das pessoas durante todo o mês e massacrá-las em momentos de resultado difícil, eram atitudes que podiam ocupar o mesmo repertório.
Frequentemente, sob tamanha ameaça, a equipe lhe apresentava o resultado, o que gerava na gestora uma falsa sensação de estar no caminho certo. No entanto, os bastidores do trabalho de seus coordenadores revelavam o descompasso dessa dança. Aqueles líderes que eram mais próximos das pessoas, após muito serem criticados pela gestora, passavam a não recorrer a ela para tratar de suas dificuldades. Outros, que como ela, davam um “dane-se” para os subordinados, resistiam a colaborar com as ações de valorização e motivação das equipes, propostas no restante do mês. Ou somente as implementavam no esquema toma lá dá cá, quer dizer “eu te beneficio, desde que você melhore seu resultado”. E quando a menor dificuldade com a equipe surgia, era com ameaças de punição e demissão que eles resolviam o problema.
O que esses coordenadores todos têm em comum?
Todos dizem à gestora somente o que ela quer ouvir. O que ratifica o sentimento dela de estar acertando e de ter uma equipe madura e confiável.
Um dos princípios básicos da liderança é a transparência. Não dá para confiar num líder cujo posicionamento muda de acordo com a maré.
Resultados são importantes e é o que todos nós queremos. Porém, não dá para esquecer que são as pessoas que trazem esses resultados.
Trabalhar para trazer as pessoas para si, colaborando de bom grado, mesmo em momentos de estresse: eis o grande desafio dos gestores. Esta é uma tarefa de difícil execução, pelo fato de exigir dos líderes maior envolvimento com a equipe. E, “maior envolvimento”, significa comunicação clara, empatia e transparência, em tempo integral. Não pode ser meramente uma estratégia que, não dando certo, se substitui por outra.
Afinal, quando você tem um resultado para entregar, não o persegue incessantemente, até alcançá-lo? Pois bem, eis aqui a sua meta: conquistar sua equipe e fazer com que ela queira fazer mais e melhor, não porque foi oprimida, mas porque está motivada para tal.
Esse é um preço justo a se pagar por seu resultado, não acha?
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