segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Você quer ter uma equipe engajada?

Já se perguntou onde começa a falta de engajamento de sua equipe? Já conseguiu entender porque muitas vezes, apesar da empresa oferecer salário e benefícios atrativos, seu liderado reclama do trabalho e parece não vestir a camisa da empresa?

Poderia aqui levantar várias hipóteses e, de fato, muitas podem ser as razões. No entanto, tendo acompanhado várias empresas, o que vejo é que um forte ingrediente dessa situação é a comunicação ineficiente.

Comunicação, mais do que remuneração e benefícios, tem poder agregador. Enquanto a perspectiva de ganhos faz o papel de atrair bons profissionais para sua empresa, é a comunicação eficiente quem faz as vezes de reter. Sim, porque por detrás dos processos, da estratégia organizacional, bem como da atuação da liderança, está a comunicação estabelecida na empresa.

A noção de respeito que a empresa tem pelos seus colaboradores é percebida em parte, através da forma como ela se comunica com eles. A construção do sentimento de pertencimento e comprometimento é grandemente afetada pela qualidade da comunicação que a organização estabelece com seus funcionários.

Tive a oportunidade de atender uma empresa que ilustra bem tal situação. Era uma empresa de grande porte em que 60% de seu quadro era de nível operacional. Ou seja, cabia a eles “apenas” pôr a mão na massa para fazer a engrenagem girar. Parte dessa engrenagem passava pela área de atendimento ao cliente. Como a eles cabia “apenas” operacionalizar as decisões tomadas nos níveis acima do seu, nunca eram envolvidos no processo de construção dessas decisões, mesmo podendo contribuir para a melhoria dos processos. Chegavam a eles apenas os novos procedimentos para serem colocados em prática imediatamente. Muitos desses procedimentos eram de difícil compreensão ou de difícil execução. Eram comuns as queixas quanto à forma como recebiam a orientação – urgente e em tom de imposição. A equação, a partir desse ponto, é bastante familiar a várias empresas. Muitos erros aconteciam, em resposta, a liderança reagia duramente, o que gerava muita insatisfação e altíssimo turn over. A empresa nunca chegava a ter uma equipe madura e suficientemente preparada, pois sempre havia muita gente nova. Pouquíssimas pessoas com disposição para vestir, verdadeiramente, a camisa da empresa. Na pesquisa de desligamento, frequentemente, surgia o relato de falta de respeito e consideração, além da manifestação de um claro sentimento de não pertencimento.

Pertencimento: nós passamos pela vida buscando sentir esta sensação, logo, na vida profissional não seria diferente. Essa busca por fazer parte de algo, ter um grupo para defender, começa na mais tenra idade. Desde crianças buscamos fazer parte de um grupo. Nessa fase nos esforçamos para sermos aceitos. E essa aceitação está, intrinsecamente, atrelada a construção de nossa autoestima. Quem nunca vivenciou a experiência de querer fazer parte da turma?

Um dos códigos mais significativos dessa aceitação e pertencimento é a comunicação. Fazer parte da turma permitia partilhar de seus segredos, ter acesso aos códigos internos, bem como falar e ser ouvido. Ser considerado “da turma” na época do colégio, muitas vezes, era cercado de status, porque comumente, era a turma quem ditava as regras. Estar fora implicava em, constantemente, se tornar o assunto alvo da gozação ou não ser convidado para as melhores “baladas”. Aqueles que não participavam do grupo não sabiam das coisas e, não raramente, experimentavam o sentimento de exclusão e desrespeito o que, em alguns, afetava diretamente o ânimo e o desempenho escolar.

Na vida adulta, é o ambiente profissional que mais eficientemente remonta essa vivência. Isso porque assim como na escola, não se pode decidir jogar tudo para o alto. Era preciso continuar estudando apesar do desconforto, assim como, para a maioria não é possível deixar de trabalhar. O que acaba fazendo é, não se sentindo parte do grupo, o profissional desiste de se empenhar. Ou ainda, simplesmente, procura um lugar em que se sinta mais respeitado e com o qual possa se engajar.

Várias empresas, ao constatarem a perda de produtividade, investem muito dinheiro em ações motivacionais e de incentivo a fim de resgatar o engajamento de seus colaboradores. Quando, na verdade, a principal ação a ser implementada custaria muito menos. Dedicar tempo e disposição para construir com seus colaboradores uma relação de respeito e confiança. Esse é o melhor investimento que a empresa pode fazer. E o primeiro passo é cultivar uma comunicação efetiva e transparente com a equipe. Comunicação efetiva, respeito e uma boa liderança são os principais ingredientes do tão sonhado engajamento.

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