quarta-feira, 21 de julho de 2010

O que acontece com a carreira de quem não quer ser gestor?

Já pensou o que vai ser quando crescer? Sei bem que você já é uma pessoa crescidinha... perguntei o que pretende ser quando crescer profissionalmente.

Muitos profissionais que estão na ativa vivem esse dilema. Já escolheram uma área de interesse, iniciaram sua carreira e sentem que precisam dar direção a ela para continuarem crescendo. Todos os indícios apontam que o crescimento para profissionais promissores está em posições de gestão. Se já passaram tempo adquirindo conhecimento na área, experimentaram desde a atividade mais operacional e, hoje, vivenciam posições como seniores de suas áreas. E agora, qual será a alternativa?

Esse é um dilema que assombra profissionais mais experientes, mas que começa bem mais cedo. Costumo sempre dizer em treinamentos e palestras, que acho muito cruel que as pessoas tenham que escolher, aos 17 ou 18 anos, as carreiras que vão seguir pelo resto de suas vidas. Nessa idade, pouco ou nada sabemos a respeito do que somos, e nos vemos, tendo que escolher o curso universitário que faremos e rumo que daremos às nossas vidas. Felizes daqueles que não têm essa dúvida. Porém, muitos a têm.

E, mesmo quando não temos dúvida de que carreira seguir, é uma tarefa difícil imaginar quais os caminhos vamos trilhar dentro dessa área de atuação.
Digo isso, porque o mundo corporativo apresenta uma gama de possibilidades de carreira para quem inicia sua vida profissional. E, cada vez mais sedentas por novos talentos, as grandes empresas apostam na busca e formação de profissionais que ainda estão nas faculdades, tornando cada vez mais conhecidos e disputados os seus programas de trainees. Esses programas se encarregam de preparar os gerentes do futuro. Isso quer dizer que, logo cedo, conduzem os novos profissionais a compreensão de que o correto e esperado de todo bom profissional é que ele queira ser um gestor no futuro.

Mas o que acontece com aqueles que não desejam seguir esta carreira?

Muitos lidam com naturalidade com esse fato. Assumindo o risco de estagnação da carreira. Não querem crescer e pronto. Outros, vivem essa falta de interesse por uma carreira executiva como um sofrimento. Afinal, desde a faculdade, o mercado afirma que esse é o caminho correto. Não querer, soa como optar por trilhar um caminho errado.

No entanto, esse mesmo mercado que estimula o desenvolvimento dos jovens e futuros gestores, tem valorizado cada vez mais o surgimento dos especialistas. Essa tendência que, nem é tão nova assim, mas ainda desconhecida por muitos, é chamada de carreira em Y. Implica na escolha por um caminho alternativo àquele já conhecido. Como nem todos desejam ser gerentes ou não reúnem as competências necessárias para tal, é possível optar por uma carreira como especialista.

A carreira em questão inicia-se no mesmo ponto (em geral, com a atividade mais operacional). Após alguns degraus, surge o momento de escolher um caminho. Num dos vértices do Y, estão os cargos de gestão, no outro, as posições que exigem maior conhecimento técnico.

Atualmente, muitos fazem essa curva, ascendendo profissionalmente em direção paralela àquela habitual. Seguem, desenvolvem uma carreira e alcançam patamares salariais compatíveis com posições de gerência. Não ocupam posição de gestão, mas conseguem, da mesma forma, subir degraus em sua carreira.

Mas é bom saber que, quem escolhe essa carreira, precisará se atualizar sempre e buscar cada vez mais envolvimento com a sua área para não ficar desatualizado. Deverá se preocupar em ter formação acadêmica compatível (ex.: MBA, Mestrado, Doutorado) com a exigência de seu mercado de atuação e entender o que os “papas” de sua área tem feito que possa servir de norte para seu desenvolvimento.

E aí, já sabe o que vai ser quando crescer?

Um comentário:

  1. Sergio,

    Gostei muito do artigo.
    E realmente acho que ainda não respondi por completo esta pergunta.
    Mais estou trilhando este caminho.

    Bjs.

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