domingo, 27 de novembro de 2011

Resultado a qualquer preço

Toda empresa deseja alcançar resultados cada vez melhores. E o grande desafio dos gestores é formar equipes capazes de trazer os tais resultados.

Mais do que juntar profissionais de alta performance, o desafio do líder é conduzir de forma motivadora, sua equipe ao resultado. O mercado, cada vez mais competitivo, provoca nas empresas o movimento de fazer com que os líderes busquem incessantemente o aumento dos resultados. O líder sente-se compelido a cobrar cada vez mais de sua equipe, porque entende a mensagem da seguinte forma: não importa os caminhos, é preciso trazer o resultado.

Conheci uma gestora que tinha esse perfil, mas não sabia. Boa parte do tempo, em seu discurso, defendia a ideia de que a peça mais importante do jogo corporativo eram as pessoas. Pegava no pé de sua equipe de coordenadores para que cuidasse bem de suas equipes. Estimulava o grupo a motivar e ouvir as necessidades dos colaboradores, alegando que só assim seria possível melhorar o clima organizacional. Mas nos momentos em que as metas estavam mais difíceis de serem batidas ou algum outro percalço se apresentava, eram as pessoas, a primeira coisa que ela esquecia. Convocava reuniões de emergência com toda equipe de coordenadores em que durante horas esbravejava e batia na mesa. Vociferava frases do tipo “quero que se dane o problema de fulano, eu quero é o resultado, virem-se”.

Por mais incrível que isso possa parecer, ela realmente acreditava que cuidar das pessoas durante todo o mês e massacrá-las em momentos de resultado difícil, eram atitudes que podiam ocupar o mesmo repertório.

Frequentemente, sob tamanha ameaça, a equipe lhe apresentava o resultado, o que gerava na gestora uma falsa sensação de estar no caminho certo. No entanto, os bastidores do trabalho de seus coordenadores revelavam o descompasso dessa dança. Aqueles líderes que eram mais próximos das pessoas, após muito serem criticados pela gestora, passavam a não recorrer a ela para tratar de suas dificuldades. Outros, que como ela, davam um “dane-se” para os subordinados, resistiam a colaborar com as ações de valorização e motivação das equipes, propostas no restante do mês. Ou somente as implementavam no esquema toma lá dá cá, quer dizer “eu te beneficio, desde que você melhore seu resultado”. E quando a menor dificuldade com a equipe surgia, era com ameaças de punição e demissão que eles resolviam o problema.

O que esses coordenadores todos têm em comum?

Todos dizem à gestora somente o que ela quer ouvir. O que ratifica o sentimento dela de estar acertando e de ter uma equipe madura e confiável.

Um dos princípios básicos da liderança é a transparência. Não dá para confiar num líder cujo posicionamento muda de acordo com a maré.

Resultados são importantes e é o que todos nós queremos. Porém, não dá para esquecer que são as pessoas que trazem esses resultados.

Trabalhar para trazer as pessoas para si, colaborando de bom grado, mesmo em momentos de estresse: eis o grande desafio dos gestores. Esta é uma tarefa de difícil execução, pelo fato de exigir dos líderes maior envolvimento com a equipe. E, “maior envolvimento”, significa comunicação clara, empatia e transparência, em tempo integral. Não pode ser meramente uma estratégia que, não dando certo, se substitui por outra.

Afinal, quando você tem um resultado para entregar, não o persegue incessantemente, até alcançá-lo? Pois bem, eis aqui a sua meta: conquistar sua equipe e fazer com que ela queira fazer mais e melhor, não porque foi oprimida, mas porque está motivada para tal.

Esse é um preço justo a se pagar por seu resultado, não acha?

sábado, 8 de outubro de 2011

Só para aqueles que resistem à mudança

Para quem está inserido no mundo corporativo, já deve ter ouvido falar que o alcance dos objetivos da empresa está atrelado ao processo de mudança organizacional. Grandes autores e gurus de administração propagam essa ideia. E por sua vez, muitos profissionais aceitam essa orientação e até assumem o mesmo discurso. Mas, e na prática, como é?

Tenho a sensação de que as pessoas não reconhecem em sua rotina quais comportamentos traduzem esta orientação e assim, agem de forma contrária ao que pregam. A pergunta é, o que precisam fazer para mudar?

Aqui vão outros questionamentos para colaborar com esta reflexão.

Já passou por algum processo significativo de mudança? Como você recebe a mudança? Colabora ou tenta preservar o modelo já conhecido?

A mudança surge na vida das pessoas como um desorganizador do que está estabelecido.Ela rouba o conforto da vida dentro do previsto, do já conhecido. Portanto, é para muitos uma experiência de desprazer.

Frequentemente leio textos que tratam a resistência à mudança como algo execrável. Isso torna a pessoa resistente alguém ruim. Inclusive, em alguns treinamentos que participei reforçava-se a ideia de que a resistência deveria ser combatida. Como conseqüência, as pessoas com maior dificuldade de lidar com mudanças sofriam tremendamente.

Parto do princípio que as pessoas podem se desenvolver, desde tenham consciência de quais comportamentos seus impedem o seu desenvolvimento.

Vamos falar sobre isso?

Em geral, consideramos ruim aqueles indivíduos que tiram nosso sossego. E o natural é rejeitarmos o que venha dessas pessoas, porque entendemos que sossego é bom e que inquietação é ruim.

Eis a primeira ideia que precisa ser revista. A inquietação faz parte do dia a dia organizacional. Se isto incomoda você, faça uma reflexão a respeito do assunto. Se quer mesmo fazer parte do mundo corporativo, reavalie seu posicionamento ou sofrerá sempre. A melhoria contínua tão propagada nas empresas vem do desejo de aprimorar o formato atual dos processos. Logo, o foco está sobre os processos e o resultado, e não sobre as pessoas. Nada pessoal, ok?

Pense, como nós teríamos hoje o iPad se o mundo tivesse se contentado com o 286 ( versão de computador lançada na década de 80)?

Preste atenção aos seus sinais de rejeição à mudança. Nem tudo que propõe mudança dá trabalho e ainda que renda algum tempo de dedicação extra, passado o período de adaptação, as coisas irão para os seus devidos lugares. Apenas considere a ideia de que os devidos lugares das coisas podem ser outros e não os que você já conhecia. Afinal, o que você conhece do assunto pode não ser tudo. Mesmo que você já tenha tentado fazer diferente, se permita conhecer o diferente visto sob a óptica de outra pessoa. Às vezes, não conseguimos ver coisas óbvias por estarmos muito envolvidos.

Por fim, ouça até o final o que o outro tem a dizer, sem interromper, sacudir a cabeça negativamente ou fechar a cara. Até para argumentar contra, você precisará ouvir toda a história. Pense nos resultados que deseja alcançar e substitua a negação “não vai dar certo” pelo questionamento “será que daria certo?” e “porque não tentar?”

Toda experiência é válida.

Costumo sempre dizer: tudo na vida é bom ou ruim, dependendo do que vem depois. A mudança traz oportunidades de crescimento que compensam a ameaça. Se não der certo, terá aprendido como não fazer.

Pague para ver!

domingo, 4 de setembro de 2011

Líder, de que lado você está?

Uma empresa é composta por tecnologia, processos e pessoas.

Destaque para o último item que, no exercício diário das atividades de uma empresa é a parte que mais apresenta variáveis. Consequentemente, nessa tríade, é a parte que mais pode comprometer os objetivos de uma empresa e, fatalmente, o seu desenvolvimento.

Garantir que os colaboradores compreendam seu papel na organização e queiram colaborar com os processos e com a tecnologia, é função das lideranças. Mas, para tanto, é preciso que também os líderes saibam qual é o seu papel na organização.

Lembrei de um caso que ilustra bem essa situação. Um profissional de RH amigo meu, trabalha numa empresa de Call Center onde teve o desafio de implantar uma série de projetos e políticas. Uma delas foi a política de vestimenta. Embora pareça simples, mobilizou consideravelmente os profissionais da empresa.

O público mais afetado pela política seriam os operadores de telemarketing. A maioria muito jovem, vestida de forma bastante despojada e, por vezes, ousada, teria dificuldade em compreender que o trabalho exige certo cuidado na escolha dos trajes.

O trabalho consistiu em apresentar a política e o plano de comunicação às lideranças. Desta forma, ficaria claro para estas qual discurso deveriam adotar para orientar suas equipes e conscientizá-los da importância dessa mudança. Compreendo que o papel do líder seja de porta-voz dos direcionamentos da empresa. Mas ainda, de vendedor das ideias que a empresa defende e de condutor do grupo no caminho determinado pela organização. Assim se alcança objetivos.

Costumo dizer a algumas pessoas que nem sempre concordamos com as mudanças, mas elas são necessárias e, numa empresa, precisamos segui-las. A não ser que a orientação recebida fira seus valores. Neste caso, o melhor é ir embora.

No organograma dessa empresa há gestores, coordenadores, supervisores e operadores. O grupo de supervisores ficou diretamente responsável por orientar as equipes e controlar para garantir a aderência a política. E foi o que muitos deles fizeram. Porém, me chamou atenção a maneira como alguns outros supervisores que não concordaram com a política passaram a se comportar. Para não se tornarem vilões, atribuíram ao profissional de RH toda responsabilidade pela “proibição”. Alguns supervisores, temendo terem de mandar de volta para casa os de traje inadequado (a ausência compromete os indicadores das equipes) resolveram começar a trazer peças de roupa para adequar a vestimenta dos operadores se necessário e burlar a segurança. Outros, se indispuseram com os agentes de segurança da empresa, para evitar que seus funcionários fossem barrados na entrada.

Esse comportamento, possivelmente, tenha fortalecido a relação entre supervisor e operador, já que havia ali uma grande “cumplicidade”. Por outro lado, evidencia a fragilidade da relação entre supervisores e a empresa. Como é possível ser líder numa empresa e não defender suas políticas? Como é possível ser líder numa empresa e burlar suas regras? Como é possível ser líder numa empresa e trabalhar para que esta não se desenvolva?

Conforme mencionei no início, as pessoas representam a parte da tríade com potencial para comprometer o desenvolvimento de uma empresa. Resistências são previstas em qualquer processo de mudança. Isso é normal. O que não é natural é a cisão entre liderança e empresa. Para as equipes, o líder deve ser visto como parte da empresa. Logo o que vier de seus líderes deve ser compreendido como a intenção e o desejo da empresa. Isso fortalece também o vínculo das equipes com e empresa.

Quando líderes se comportam dessa maneira, alimentam a ideia de que existem dois lados; e com isso descredibilizam a organização e, sem perceberem, a si mesmos. Porque na presença de seus gestores, dão a orientação tal qual reza a política. Mas no dia a dia praticam outra política. A política do vale qualquer coisa para manter bons resultados e estar bem com a equipe. Vale até mesmo não vestir a camisa da empresa que representa. Não se iluda imaginando que a equipe não está percebendo.

Liderança não é aquela que consegue as coisas com a equipe no grito. Mas também não é aquela que para não parecer rude com a equipe, atribui a outro a autoria das orientações difíceis.

Se você quer ser líder, pense que seu papel será o de garantir a unidade entre colaboradores e empresa. Deverá transmitir orientações, sejam quais forem, de maneira a engajar o grupo e motivá-los a colaborarem com o alcance dos resultados.

Se você já é líder, pense na responsabilidade de representar a empresa perante sua equipe. Avalie como tem desempenhado esse papel e responda, de que lado você está?

terça-feira, 26 de julho de 2011

O que você tem feito em sua carreira para ser lembrado?

Está pensando em mudar de emprego? Não está mais feliz com seu trabalho atual? Deseja partir para uma outra oportunidade? Inovar, buscar crescimento profissional ou novas oportunidades, é benéfico para a carreira e bem visto pelo mercado. Por outro lado, no momento da decisão, vale se questionar: já encerrei meu ciclo nesta empresa?


Isso, certamente, não é algo que se aprende na faculdade. Mas, quando se pensa na construção de uma boa imagem no mercado, vale considerar um componente importante: resultados. Toda empresa espera retorno de seus investimentos, seja ele, financeiro ou mesmo, retorno de seu investimento nas pessoas que contrata. Sim, porque toda vez que você é aprovado num processo seletivo, esta empresa faz uma aposta que você é a pessoa, dentre todas, que trará os melhores resultados. Nesta relação, enquanto você espera ter sucesso, ganhar bem, ser desafiado e ser feliz, a empresa, por sua vez, espera que você contribua com o negócio. E, mesmo que, após algum tempo você se decepcione com a empresa e resolva sair, o sucesso de sua passagem por lá será medido pelos resultados que você conseguiu trazer para a organização. Quando falo em resultados, convido você a pensar nesse conceito de forma mais ampla. Podemos falar em cifras sim, mas podemos considerar resultado, uma boa ideia que resulte em maior eficiência nos processos da empresa. Ou, uma significativa atuação num momento de mudança organizacional. Pode, ainda, ter encabeçado ou colaborado, ativamente, com a implantação de um novo projeto que melhore os resultados da empresa.


Em suma, o que quero dizer é que você precisa deixar sua marca na empresa.


Pense, grandes profissionais são reconhecidos como tal, pela imagem que constroem por onde passam. No mercado específico onde atuam, bons profissionais vão construindo um nome, através de suas realizações. Puxe pela memória, você deve conhecer alguém que se destaca, ou saber de alguém que, no mercado em que atua seja uma referência positiva. E, não estou falando de grandes autores, consultores e palestrantes famosos ou empresários que enriqueceram. Falo de pessoas como nós que, assumiram as rédeas de suas carreiras e, construíram, degrau por degrau, uma imagem favorável no mercado. Seja porque sempre aumentaram os números, ou porque mantiveram uma conduta ética exemplar nas empresas por onde passaram e, que por isso você lembra deles, no momento de uma indicação.


Existe termômetro melhor de sucesso do que ser indicado a uma vaga por alguém que você não imaginava?


Com tudo isso, pretendo dizer que nem sempre sua satisfação pessoal, pode falar mais alto na hora de mudar de emprego. Faça uma reflexão, se você fosse entrevistado hoje num processo seletivo, o que teria para contar sobre sua passagem pela atual empresa? O que está deixando para a empresa? Será lembrado? O que pode dizer sobre sua contribuição para a empresa? Se tiver dificuldade para responder a essas perguntas é porque, talvez, ainda não seja hora de sair.

Muitos profissionais não se saem bem em processos seletivos, justamente, por não terem o que contar sobre seus ciclos profissionais. Por isso, ao ingressar numa empresa, trace suas próprias metas e defina onde terminará seu ciclo profissional. Só assim, você saberá qual o seu momento de bater asas.

domingo, 26 de junho de 2011

Quer resultados melhores? Entenda o que querem de você.

Trabalho numa instituição de ensino profissionalizante. E, há alguns dias me pediram para dar uma palestra, falando sobre a importância da dedicação dos docentes ao ensino. A idéia era conscientizar os docentes de seu papel como educadores.

Fiquei pensando, então, que relação teria esse assunto, com os temas que, habitualmente, escrevo. Me ocorreu, então, que a missão de educador está intrinsecamente relacionada com as metas e resultados da instituição que este representa.

Vamos refletir sobre isso? O que educação tem a ver com resultados? Afinal, não são empresas que buscam resultados? Que resultados um colégio busca no processo educacional? Será que a expectativa dos alunos afeta o resultado do professor?

Seja na empresa ou no ensino, o que fazer para alcançar resultados?

Lembrei de uma propaganda de TV em que um casal de idosos está na cozinha. Ele, sentado à mesa e ela servindo o marido. Ao ver o prato nas mãos da esposa, ele esbraveja. “Ovo frito com gema mole!? Eu odeio ovo frito com gema mole.” A esposa se espanta e solta um lamento, “mas meu velho, faz mais de 40 anos que sirvo a você ovo frito com a gema mole...”. E, ele conclui, dizendo que nunca gostou.

O que isso tem a ver com o assunto inicial? Tudo!!

Não é possível alcançar resultados, sem compreender a expectativa daqueles a quem buscamos atender. Diria mais, não é possível alcançar o resultado previsto, sem se empenhar para atender a essa expectativa.

Toda meta ou resultado, seja de ordem pessoal ou profissional surge em atendimento a uma expectativa. E, entre o aparecimento da expectativa e o alcance do resultado, precisa haver um agente mobilizador. Este elemento representa o elo entre as duas extremidades. É a ponte que conduz a expectativa a sua satisfação. Ou seja, este agente (leia aqui, profissional) tem o papel de buscar o resultado que, nada mais é, que a satisfação da expectativa inicial.

Tudo estaria perfeito, se não fosse o fato do agente mobilizador não compreender o seu papel. O profissional, muitas vezes, não entende que tem metas a cumprir. Ou, quando reconhece que tem metas, muitas vezes, não percebe que precisa entender o que esperam de seu trabalho, para só então, ir atrás dos resultados.

A senhora idosa da propaganda tinha como meta/objetivo, agradar ao marido. E, se empenhava nisso; arrumava a mesa, fazia o prato e levava ao marido com todos os elementos que ela achava que ele gostava. Sim, “achava”, porque pelo visto ela nunca perguntou de que ele gostava. Conclusão: o resultado foi desastroso.

O objetivo não foi alcançado. O marido ficou irritado pelo aparente descaso da companheira com sua necessidade e a esposa ficou frustrada por ter dado o seu melhor e não ser reconhecida por isso.

De volta ao ponto inicial, percebo que muitos professores não compreendem que, para alcançar seu resultado, é preciso conhecer, entender e se empenhar para atender a expectativa dos alunos. É preciso estabelecer um compromisso com os objetivos da instituição. Para os professores cujo compromisso seja “dar aulas”, é possível que baste passar toda matéria, para que saiam satisfeitos, acreditando que seu resultado foi alcançado. Tenha o aluno aprendido ou não.

Já, àqueles professores que estabelecem compromisso com o aprendizado dos alunos, não será suficiente transmitir a informação. Estes só sentirão que cumpriram sua missão, quando souberem que seus alunos aprenderam. Neste momento, seus clientes terão sua expectativa atendida. E, não é diferente na empresa. Não queira fazer como a velhinha, e oferecer à empresa resultados que você não sabe se atendem a expectativa da organização.

Compreenda o que esperam de você e não se engane ao estabelecer compromisso com objetivos que só atendem a você mesmo.

Pense nisso.

domingo, 24 de abril de 2011

Você sabe onde quer chegar?

Tempos atrás, quando comecei a pensar numa carreira como palestrante, um profissional experiente na área me disse que seria imprescindível que em minhas palestras, eu falasse sobre um assunto específico. Disse que isso ajudaria a criar uma marca e tornaria mais fácil a compreensão de minha mensagem. Achei uma tarefa difícil, já que tantos assuntos relacionados a comportamento humano, me interessavam. Pensei, inclusive, que comportamento humano fosse já, um tema claro e interessante. Até que uma colega de faculdade me questionou “qual o tema de suas palestras?” e eu tive dificuldade de explicar. Refleti muito sobre o estabelecimento de um foco e sobre a objetividade de minha mensagem. Então, me dei conta que “metas e objetivos”, seriam um ótimo tema. É sobre isso que quero falar hoje.

Estabelecer objetivos ou planejar os resultados que deseja alcançar, são ações de suma importância para o sucesso de uma carreira, mas percebo que nem todos sabem como fazer. Pior do que isso, às vezes, imaginam ter clareza de seus objetivos, mas estão com o foco em outra coisa. Explico.

Você já intencionou alcançar um resultado e teve a impressão de que todos os seus esforços te conduzem noutra direção? Vejamos alguns exemplos.

Conheci muitos professores que tinham como objetivo, “dar aulas”. Estes, frequentemente se irritavam ao se depararem com alunos que tinham maior dificuldade para aprender. Dar aula é diferente de ensinar e termina quando toda matéria é passada. Provavelmente, se tivessem como objetivo, o aprendizado desses alunos, sentiriam-se motivados a buscarem novas ferramentas e estratégias para viabilizar o seu entendimento.

Já vi pessoas que se casam, tendo como objetivo, manter o prazer da vida de solteiro. Estas pessoas, fatalmente, se incomodam com o desejo do cônjuge, de ficar junto. São objetivos diferentes para o mesmo casamento. Por outro lado, se tiverem como objetivo serem felizes juntos, sentirão prazer nos programas a dois e nos planos que os vinculem cada vez mais aos parceiros.

Você já deve ter visto partida de futebol em que um jogador demonstre o objetivo maior de brilhar sozinho. Esse atleta, possivelmente, não enxergue as inúmeras solicitações de seus colegas para passar a bola. Ao passo que, se o objetivo fosse o sucesso da equipe, sem ser solicitado, buscaria armar jogadas envolvendo seus parceiros, se isto aproximasse o time da vitória.

E você, sabe onde quer chegar? Qual é o seu objetivo? Já pensou sobre o assunto? A falta de metas e objetivos na vida pessoal ou profissional, pode fazer com que você não saia do lugar ou ande em círculos. No entanto, ter objetivos equivocados, pode fazer com que você jogue contra, ou seja, boicote a empresa e a si mesmo.

Tenha certeza de que está investindo esforços na direção correta. Para seu conhecimento, estamos falando de um processo que, na maior parte das vezes, acontece inconscientemente. A escolha do foco de nossa energia, em geral, é determinada pelo princípio do prazer. Isto é, somos compelidos a objetivar a satisfação momentânea, imediata. Então, embora saibamos o que deveríamos fazer ou o que é esperado de nós, somos atraídos a buscar o prazer como resultado. E, nem sempre o que gostaríamos de fazer corresponde ao que precisamos fazer.

Por esta razão, a escolha de objetivos precisa passar pelo crivo do racional. Fazer o que preciso, pode me trazer satisfação somente no final. Neste caso, devo considerar como critério na definição de objetivos, o meu senso de responsabilidade, ao invés do prazer. Sempre que se vir confuso, no meio de uma atividade, é importante perguntar “o que, realmente, quero com isso?”.” E, como vou conquistar essa meta?”. Ao passar, previamente, por inspeção metal todo o processo, você evita se perder, torna-se mais claro em seu discurso e ações e evita boicotar seus planos e as estratégias da empresa em que trabalha.

E aí, já sabe qual é o seu objetivo?

terça-feira, 8 de março de 2011

Está disposto a pagar o preço?


Algumas semanas atrás, encontrei com um antigo gestor meu, para um café. Falamos sobre o período em que trabalhamos juntos e sobre o mercado de trabalho, em geral. Após 25 anos de trabalho em Recursos Humanos, ele expressou sinais de cansaço.

Esse meu antigo gestor sempre foi exemplo de bom humor e energia. Podia ser encontrado todos os dias às 7h da manhã na empresa e permanecia até por volta das 19:30h. Empenhou, na construção e consolidação de sua carreira, muitos finais de semana, várias noites de sono e passou muito tempo viajando a trabalho. Abria mão de um convívio mais próximo com a família em prol dos resultados e da realização profissional.

Fez isso durante anos e, de fato, construiu uma brilhante carreira na área. Contudo, embora não olhasse para trás com arrependimento, parou para pensar nos próximos anos e percebeu que não tem mais vontade de se dar nesta proporção ao trabalho. Diz, pensar em começar outro tipo de atividade, já que entende que o mundo corporativo exige entrega, renúncia e dedicação intensas.

Deixando de lado o colorido extra que meu colega atribuiu a esta situação, entendo que ser bem sucedido na carreira, de fato, implique em renúncias.

Você quer se dar bem na carreira? Qual a sua disposição para fazer renúncias?

Na escolha da carreira que quer seguir, assim como do segmento em que vai atuar e das empresas em que resolva desenvolver-se, um profissional precisa por na balança, qual o tamanho de sua disposição pessoal e onde deseja chegar, profissionalmente, ou seja, o quanto deseja crescer.

Muitas vezes, o profissional vislumbra posições lá adiante e se coloca a trabalhar por seus objetivos. Contudo, está tão pouco disposto a atender às solicitações da empresa, que acaba não chegando a lugar algum.

O detalhe relevante desta situação é que, nem sempre essas solicitações são explícitas, portanto, é comum a pessoa não perceber o que esperam dela. E, ao não se dar conta do que a empresa espera dela, sente-se injustiçada com o não reconhecimento de seu esforço. Sim, porque, mesmo não abrindo mão de seus passeios nos finais de semana, e mesmo sem ficar um minuto a mais além de seu horário, é possível que esta pessoa sinta que está dando o seu melhor. Tudo depende do quanto está disposta a oferecer de tempo e dedicação a construção de sua carreira.

Não conheço ninguém que tenha construído uma carreira bem sucedida, sem dedicação. E, essa dedicação, às vezes, nos rouba tempo de nossa vida pessoal. Em começo de carreira, é comum que esse esforço seja maior. Afinal, além das horas de trabalho, da necessidade de conquistar nosso espaço, ainda, dedicamos boa parte do tempo aos estudos. Mas, com o passar do tempo é preciso saber equilibrar as coisas para não sacrificar a vida pessoal e aqueles que nos cercam.

Fica aqui a minha sugestão. Avalie o que você quer de sua vida profissional. Se você não tem foco em carreira, é possível que, com uma dose menor de esforço, consiga alcançar seus objetivos. Caso encontre uma empresa que compreenda da mesma forma, é claro.

Agora, se para você, profissionalmente, o céu é o limite, pense se sua dose de dedicação e esforço está compatível com o status e o reconhecimento que procura. Ao fazer sua reflexão, é bom pensar se está disposto a pagar o preço.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Conduzindo a vida no novo ano

2010 se foi. E, passou tão rápido que quase não pudemos acompanhá-lo. Por pouco, ele não passa por nós e não nos leva. Na verdade, sempre tenho a sensação do ano, como uma condução que, só vai nos levar se nos dispusermos a isso.

Já encontrou amigos, daqueles que você só vê uma vez no ano e, teve a impressão que, entra ano sai ano, e eles continuam no mesmo lugar? É como se estivessem na plataforma do metrô e, apesar de vários trens passarem, a pessoa não embarcasse em nenhum; apesar de ter possibilidade. Porque é isso que acontece. Deixando de lado as analogias, sempre temos a possibilidade de mudar tudo em nossa vida, virarmos a mesa, mesmo. Sabe aquelas promessas que boa parte de nós faz quando um novo ano começa? Em geral, surgem a partir da constatação de que algumas coisas não nos agradaram no ano anterior. Fazer esse balanço das realizações do ano que termina é muito bom e saudável. O que não me parece apropriado é não fazer nada para mudar o que você já constatou que não lhe agrada.

Perceba, que me refiro às coisas que, verdadeiramente, incomodam.

Há coisas que acontecem de determinada maneira e, preferíamos que ocorressem de outra. Tudo bem. Guilherme Arantes já dizia “infelizmente, nem tudo é, exatamente, como a gente quer”. Agora, se me incomodam os caminhos que percorri durante o ano; se as circunstâncias em que as coisas aconteceram ou o resultado me desagradam, vale pensar, o que posso fazer de diferente para alcançar resultados mais satisfatórios?

A indignação é o ponto de partida para as grandes transformações.

Sim, porque só se mantém empenhado em alcançar um objetivo, quem, diariamente, se lembra do quanto incomoda continuar como está. A chegada do ano novo, nos traz essa condição. A intensidade do desejo de mudança aumenta, consideravelmente, nesta época, já que pensamos com veemência em tudo que queremos afastar de nossa vida (indignar-se com).

Todos sabemos nos indignar. Não requer prática, nem habilidade. Seja com a situação do país, com condições de trabalho ou outros aspectos que permeiam nossa vida. Para promover mudanças em quaisquer desses setores, basta deixarmos de entender a indignação, como algo natural e corriqueiro. Se te agride, porque não mudar? E, se diz respeito a sua vida, então, está mais fácil ainda de resolver. Pense em tudo que quer melhorar e reflita sobre o que pode fazer para que isso aconteça. Tente não se boicotar, fazendo mais do mesmo. Se deseja resultados diferentes, busque formas diferentes de conduzir as situações já conhecidas. Faça por onde ter outras histórias para contar quando o final deste ano chegar.

Feliz 2011!