terça-feira, 5 de novembro de 2013

Em que você acredita?

Você já ouviu falar em crenças? Estou certo que sim. Com certeza, não se trata de uma palavra nova em seu vocabulário. Aliás, comumente, ela aparece nas conversas associada a fé e, portanto, vinculada a religiosidade. Não é assim?

Quero falar hoje sobre o poder de nossas crenças na construção de nossas ações em qualquer segmento de nossa vida. Como, para muitas pessoas, crença está associada ao místico, quando trazido para um contexto mais pragmático - profissional, por exemplo - é compreendida como um elemento de autoajuda ou de cunho meramente motivacional. Esta é uma percepção equivocada. Enganam-se os que pensam que crença é só para quem acredita. São as crenças que mandam no seu comportamento, quer você acredite ou não!

Como estou sempre em busca de boas histórias para ilustrar os temas que apresento em treinamento, reuni aqui alguns exemplos que podem facilitar a compreensão do poder das crenças.

Certa vez, conheci uma pessoa muito esforçada e dedicada, não só ao trabalho, mas em tudo que se envolvia. Sempre buscava fazer o seu melhor e, como qualquer outra pessoa muitas vezes tinha sucesso e às vezes não conseguia o resultado esperado. Quando isso ocorria, frequentemente, demonstrava irritação com a reação das pessoas envolvidas. Aquelas que, esperando somente o resultado positivo, não demonstravam entusiasmo e questionavam o que ela faria a partir dali para acertar. Dizia “ninguém reconhece o meu esforço”. Eis aí a sua crença “quando me dedico ao máximo, mereço o reconhecimento, independente do resultado que tenha alcançado”. Compreendia que se havia se esforçado muito para conseguir o melhor, deveriam valorizá-la por isso ao invés de a continuarem cobrando. Mesmo não tendo entregue o resultado esperado. Pensar assim, fazia com que fosse pouco receptiva aos feedbacks que recebia. Gastava muito tempo se justificando e demonstrando sua indignação com o que considerava falta de respeito e consideração.

Uma outra situação é a de um gestor que estava há muitos anos na área, vivia atolado de trabalho e mergulhado em questões meramente operacionais. Dizia constantemente em seus desabafos “se quer algo bem feito faça você mesmo”. Com esta fala revelava sua crença de que ninguém a não ser ele próprio poderia fazer um bom trabalho. Como resultado acabava por assumir todas as responsabilidades. Não gostava de delegar e, quando o fazia, acompanhava muito de perto o trabalho do liderado e acabava por fim assumindo a tarefa. Como não acreditava que outro pudesse fazer algo tão bom, não se empenhava em explicar bem a tarefa. Consequentemente, a pessoa demonstrava insegurança ou errava, o que só servia para comprovar que estava certo, ninguém faria tão bem quanto ele.

Havia um outro líder que se dedicava muito ao desenvolvimento de sua equipe. Dizia, “meu principal papel é cuidar do desenvolvimento dos meus liderados”. Essa era a crença que o orientava e determinava que tivesse uma série de comportamentos com relação à sua equipe. Buscava conhecer bem cada um e sempre que uma tarefa surgia, imediatamente pensava em quem poderia realizá-la. Explicava com detalhes e se colocava à disposição caso surgissem dúvidas. E, quando os erros aconteciam, resolvia-os com o liderado para que este aprendesse e tivesse a chance de fazer melhor. Algumas vezes encontrava pessoas difíceis de lidar, mas como sua crença é de que era sua responsabilidade fazê-las crescerem como profissionais, raramente, desistia de alguém.

Em todos os casos citados havia algo comum. Uma forte crença por detrás do comportamento que tinham junto às pessoas com quem se relacionavam. Crença, por si só, não é boa e nem ruim. Tudo depende de qual é o contexto em que você está inserido e de quais sejam os seus objetivos. Imagine você, se aquela minha conhecida tivesse como objetivo construir uma carreira dentro da empresa, tendo uma crença que valoriza mais a tentativa e o reconhecimento do que o resultado. Ou, então, pense num gestor que, tendo como meta tornar-se um dos executivos da companhia, não confiasse em outra pessoa senão nele próprio.

Em que você acredita? Quais são suas crenças com relação ao seu trabalho? Sua carreira? Seus sonhos? Pense em quantas vezes desejou algo muito bom para você e desistiu de buscar porque foi tomado por algum pensamento limitador. Ou naquelas vezes em que não saiu do lugar e sequer foi capaz de identificar o que é que atrapalhou. Certamente, você tem algum ganho hoje em manter essa conduta – conforto emocional, reconhecimento, mantém o controle, acomodação, autopreservação, etc. Avalie, porém, se esta postura está alinhada com o que você quer para sua vida no futuro.

O que você acredita é mais importante do que aquilo que você faz para alcançar resultados. Por isso, identificar as crenças que atrapalhavam você e trabalhar para mudá-las é a melhor forma de garantir o alcance de seus objetivos.  Agora, se você leu este texto até aqui e ainda acredita que suas crenças nada têm a ver com a construção de seus comportamentos, a pergunta a fazer é que ganhos você tem com essa crença. 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Você quer ter uma equipe engajada?

Já se perguntou onde começa a falta de engajamento de sua equipe? Já conseguiu entender porque muitas vezes, apesar da empresa oferecer salário e benefícios atrativos, seu liderado reclama do trabalho e parece não vestir a camisa da empresa?

Poderia aqui levantar várias hipóteses e, de fato, muitas podem ser as razões. No entanto, tendo acompanhado várias empresas, o que vejo é que um forte ingrediente dessa situação é a comunicação ineficiente.

Comunicação, mais do que remuneração e benefícios, tem poder agregador. Enquanto a perspectiva de ganhos faz o papel de atrair bons profissionais para sua empresa, é a comunicação eficiente quem faz as vezes de reter. Sim, porque por detrás dos processos, da estratégia organizacional, bem como da atuação da liderança, está a comunicação estabelecida na empresa.

A noção de respeito que a empresa tem pelos seus colaboradores é percebida em parte, através da forma como ela se comunica com eles. A construção do sentimento de pertencimento e comprometimento é grandemente afetada pela qualidade da comunicação que a organização estabelece com seus funcionários.

Tive a oportunidade de atender uma empresa que ilustra bem tal situação. Era uma empresa de grande porte em que 60% de seu quadro era de nível operacional. Ou seja, cabia a eles “apenas” pôr a mão na massa para fazer a engrenagem girar. Parte dessa engrenagem passava pela área de atendimento ao cliente. Como a eles cabia “apenas” operacionalizar as decisões tomadas nos níveis acima do seu, nunca eram envolvidos no processo de construção dessas decisões, mesmo podendo contribuir para a melhoria dos processos. Chegavam a eles apenas os novos procedimentos para serem colocados em prática imediatamente. Muitos desses procedimentos eram de difícil compreensão ou de difícil execução. Eram comuns as queixas quanto à forma como recebiam a orientação – urgente e em tom de imposição. A equação, a partir desse ponto, é bastante familiar a várias empresas. Muitos erros aconteciam, em resposta, a liderança reagia duramente, o que gerava muita insatisfação e altíssimo turn over. A empresa nunca chegava a ter uma equipe madura e suficientemente preparada, pois sempre havia muita gente nova. Pouquíssimas pessoas com disposição para vestir, verdadeiramente, a camisa da empresa. Na pesquisa de desligamento, frequentemente, surgia o relato de falta de respeito e consideração, além da manifestação de um claro sentimento de não pertencimento.

Pertencimento: nós passamos pela vida buscando sentir esta sensação, logo, na vida profissional não seria diferente. Essa busca por fazer parte de algo, ter um grupo para defender, começa na mais tenra idade. Desde crianças buscamos fazer parte de um grupo. Nessa fase nos esforçamos para sermos aceitos. E essa aceitação está, intrinsecamente, atrelada a construção de nossa autoestima. Quem nunca vivenciou a experiência de querer fazer parte da turma?

Um dos códigos mais significativos dessa aceitação e pertencimento é a comunicação. Fazer parte da turma permitia partilhar de seus segredos, ter acesso aos códigos internos, bem como falar e ser ouvido. Ser considerado “da turma” na época do colégio, muitas vezes, era cercado de status, porque comumente, era a turma quem ditava as regras. Estar fora implicava em, constantemente, se tornar o assunto alvo da gozação ou não ser convidado para as melhores “baladas”. Aqueles que não participavam do grupo não sabiam das coisas e, não raramente, experimentavam o sentimento de exclusão e desrespeito o que, em alguns, afetava diretamente o ânimo e o desempenho escolar.

Na vida adulta, é o ambiente profissional que mais eficientemente remonta essa vivência. Isso porque assim como na escola, não se pode decidir jogar tudo para o alto. Era preciso continuar estudando apesar do desconforto, assim como, para a maioria não é possível deixar de trabalhar. O que acaba fazendo é, não se sentindo parte do grupo, o profissional desiste de se empenhar. Ou ainda, simplesmente, procura um lugar em que se sinta mais respeitado e com o qual possa se engajar.

Várias empresas, ao constatarem a perda de produtividade, investem muito dinheiro em ações motivacionais e de incentivo a fim de resgatar o engajamento de seus colaboradores. Quando, na verdade, a principal ação a ser implementada custaria muito menos. Dedicar tempo e disposição para construir com seus colaboradores uma relação de respeito e confiança. Esse é o melhor investimento que a empresa pode fazer. E o primeiro passo é cultivar uma comunicação efetiva e transparente com a equipe. Comunicação efetiva, respeito e uma boa liderança são os principais ingredientes do tão sonhado engajamento.

sábado, 21 de setembro de 2013

Para se comunicar, é preciso se entender

Onde começa a comunicação?

Engana-se quem imagina que a comunicação começa quando encontramos outra pessoa e iniciamos um diálogo. O sucesso dessa relação que se inicia depende diretamente da parte do processo de comunicação que começa antes, com a interpretação que fazemos das coisas que vemos. Começa com a leitura que fazemos da realidade.

Ao dar início a uma relação ou conversa, trazemos para esta interação todo nosso repertório particular de experiências. Este, por sua vez, se encontra (ou vai de encontro) com o repertório particular de experiências do outro.

Lembrei-me de uma situação que acompanhei tempos atrás e que ilustra bem o que quero dizer. Um consultor foi contratado por uma renomada consultoria de desenvolvimento humano. Sua contratação cumpria uma das metas da empresa para aquele ano, que era trazer para o time um profissional sênior em treinamento. A maioria dos consultores dessa empresa era cria da casa e haviam sido formados por ela. Desta forma, com esta admissão, esperavam ter alguém que trouxesse resultados rapidamente.

Ouviu textualmente de seu líder imediato "queremos que traga toda sua experiência...que contribua com nossa área de gestão do conhecimento". O consultor, então, pôs-se a estudar os materiais de treinamento. Participou de alguns treinamentos internos e acompanhou instrutores em cursos in company. Aprendeu bastante sobre a empresa, fez muitas anotações e, claro, encontrou oportunidades de melhoria.

Logo, começou a participar ministrando alguns temas dentro dos treinamentos. No entanto, quando começou a apresentar suas percepções sobre processos e conteúdos que, em sua opinião, poderiam se tornar mais eficientes, começou a perceber resistência em ser ouvido. Faziam cara feia e diziam que ele não estava se permitindo aprender a metodologia da empresa. O consultor, por sua vez, não entendia muito bem aquela postura por parte de algumas pessoas. Mas, acreditando que o que esperavam dele é que demonstrasse sua experiência, entre um treinamento e outro continuava tentando apresentar suas ideias. Passado algum tempo, ele era visto como resistente por boa parte da empresa e tinha menos espaço para exprimir seus pontos de vista, mesmo nas coisas mais simples. Cansado dessa batalha, ele resolveu dedicar energia somente a melhorar sua performance em sala de aula com os novos temas. Sabia que para ministrar alguns desses conteúdos precisaria da validação do diretor da empresa. Só então poderia assumir, sozinho, turmas de treinamento.

Um dia, foi acompanhado em treinamento pelo tal diretor que, surpreso, o validou e expressou "é isso que esperamos de você". Nesse momento, o consultor compreendeu o que aconteceu desde o início. A consultoria era composta por ex-executivos, profissionais migrados de outros segmentos para a área de desenvolvimento humano. Pessoas com ótima performance em outras atividades, mas que levaram algum tempo para aprender a dar treinamento. Desta forma, ter um excelente desempenho em sala de aula, para eles, era sinônimo de senioridade para realizar o trabalho. Quanto melhor a performance e desenvoltura em sala, mais a pessoa era valorizada na empresa e, maior era sua possibilidade de assumir turmas mais complexas (altos executivos em geral). Para eles, ser sênior em treinamento era isso.

Por outro lado, dentro do repertório de experiências do consultor, que desenvolveu carreira e já atuava há tempos em Recursos Humanos, ter uma boa desenvoltura em sala, é pré requisito para se iniciar o desenvolvimento na área de treinamento. Com exceção daqueles profissionais que atuam em áreas de suporte e logística, os profissionais de treinamento, em geral, começam na área ministrando muitos cursos. Ser bom conduzindo turmas é o mínimo esperado de um multiplicador ou analista júnior, pois estes passam boa parte de seu tempo nesta atividade.

Ao ascender na carreira, um profissional sênior passa a ocupar a maior parte de seu tempo, desenvolvendo atividades fora de sala. Por exemplo, gestão de projetos e desenvolvimento de programas de treinamento mais complexos. Trabalha a melhoria contínua dos programas já existentes, coordena e acompanha o desenvolvimento dos profissionais juniores. Só ministra treinamentos para alta liderança ou para ensinar um novo conteúdo para que outros assumam as turmas.

A mensagem "queremos que você traga toda sua experiência" dita várias vezes e de diferentes formas por seu chefe e por outros, era compreendida pelo consultor como seja o sênior que você tem sido. Ele demorou a entender que esperavam dele um bom desempenho, justamente na atividade para a qual, neste momento da carreira, ele menos dedicava energia. E, cada vez que reforçavam a expectativa que tinham com relação ao seu trabalho, mais ele se esforçava em seguir numa direção contrária a essas expectativas.

A empresa estava errada? Não! E o profissional estava errado? Também não! Estavam falando sobre o mesmo assunto, porém cada qual falando seu idioma.

Quando pessoas decidem conviver é importante que ajustem sua comunicação para que se entendam. Embora pareça algo simples de resolver, no dia-a-dia das empresas não tem se mostrado fácil e pode causar sérios danos à relação profissional.

Neste exemplo, o profissional estava infeliz por querer fazer o melhor e, ao mesmo tempo, não poder fazer o que sabe; além de acreditar ter feito uma escolha errada ao ingressar numa empresa tão "conservadora". Enquanto, a empresa se frustrava com a contratação "errada" que compreendia ter feito.

Para ambos os lados era "óbvio" o significado de ser sênior na área de treinamento e, apesar do consultor investigar com seu líder imediato a expectativa deste com relação ao seu trabalho, a resposta só confirmava o que ele já tinha como certo.

A não compreensão de algo não é, necessariamente, uma característica de quem sabe pouco sobre o assunto. Mas sim, de quem sabe pouco sobre o que se passa na cabeça do outro. É sempre possível que haja algo que você conheça muito e que seja completamente estranho para outra pessoa. Ainda que ela esteja inserida no mesmo contexto que você. É preciso um alinhamento prévio a fim de confirmar se o discurso de um reflete a área de compreensão do outro.

Se você lidera uma equipe, fique atento a sua comunicação. Cuide para não deixar de transmitir informações importantes para que sua equipe entenda o que você deseja. Lembre-se, eles não participam de seus pensamentos. Podem sentir-se constrangidos de continuar questionando o chefe ou, como no exemplo, simplesmente acreditar que compreenderam o que você queria. Como resultado você pode prejudicar um projeto importante e ainda perder bons profissionais.

domingo, 18 de agosto de 2013

Sonhos são para serem sonhados ou vividos?

As pessoas, normalmente, passam pela vida alimentando diversos sonhos. E, isso é tão natural quanto respirar. Basta que estejamos vivos para começarmos a desejar coisas, situações e sensações diferentes das que temos no presente.

Entre esses sonhos é possível encontrar situações ilusórias daquelas que a pessoa alimenta apenas para tornar menos difícil sua realidade atual. Também encontramos aqueles possíveis de serem alcançados mas que, para a maioria das pessoas, continuarão apenas ocupando o mundo dos sonhos. Afinal, são sonhos...

Mas sonhos são apenas para ser sonhados ou podem ser vividos?

A crença de que são apenas sonhos, faz com que muitos passem pela vida, desejando fortemente estarem em outro lugar ou condição, mas permaneçam infelizes com suas vidas. Qual o grau de comprometimento de alguém com algo que deseja muito, se acreditar que não está ao seu alcance? Qual será o engajamento de uma pessoa em alcançar algo que não sente ter direito a ter. Sim, porque o sonho não respeita limites, não tem censura, nem amarras. Ele chega onde muitos nunca imaginaram, verdadeiramente, estar. Mas, quando toca o sino da realidade chamando de volta para a vida real e a gente acorda do sonho, dizemos "que pena que era um sonho...". Mas, porque ele precisa continuar a ser sonho?

Respondendo a primeira pergunta feita: sim, sonhos podem ser vividos!

Com auxílio de um processo de coaching é, perfeitamente viável, transformar o sonho possível, numa meta alcançável.

Todos nós temos a habilidade de sonhar com coisas boas para nós. Mas temos também a condição de concretizar esses sonhos, se assim quisermos. Porque é isso. Só não buscamos realizar nossos sonhos por que não queremos. E há muitas formas e justificativas para o não querer. Muitas vezes não queremos por comodismo ou por medo das escolhas decorrentes dessa decisão. Às vezes não queremos por insegurança quanto ao caminho a ser percorrido até lá. Outras vezes, por não acreditarmos que somos merecedores de algo tão bom. E, nesses casos, há pessoas que até desistem de sonhar e se contentam com a vida ruim, mas com a qual já estão acostumados.

Sonhar é o início da realização e não o fim.  É bom sonhar, pois serve de combustível para impulsionar a pessoa até seu objetivo. Mas a estratégia até a realização do sonho requer ação. Joseph O'Connor, que é uma referência mundial em coaching disse: "estabelecer metas leva você de um estado de vítima para o controle de sua vida". A vida só vai na direção que desejamos quando determinamos  para onde queremos que ela vá e nos mobilizamos nessa direção.

É isso que o coaching se propõe a fazer, auxiliar a pessoa a traçar metas para conquistar o estado tão desejado. O coaching é um processo que conduz a pessoa ao desenvolvimento das competências necessárias para que esta alcance seus objetivos. De acordo com Tim Gallwey, o precursor do Coaching no mundo, "coaching é uma relação de parceria que liberta o potencial das pessoas de forma a maximizar o desempenho delas. É ajudá-las a aprender ao invés de ensinar algo a elas..." 

Através das estratégias do coaching será possível ao cliente (ou coachee) encontrar os recursos de que precisa para construir sozinho os resultados que almeja. De quebra, ainda sai do processo fortalecido por descobrir que é capaz de promover sozinho, grandes transformações em sua vida. O que está esperando? Avalie seu grau de satisfação com a sua vida pessoal ou profissional e busque o apoio necessário para promover as mudanças que farão de você alguém realizado.

Sonhar não custa nada, é de graça. No entanto, paga um preço alto aquele que sonha com algo melhor para sua vida, mas escolhe permanecer vivendo de uma maneira que não lhe agrada.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Odeio o Óbvio!

Falo sempre sobre isso em palestras e treinamentos. Considero o óbvio, um dos maiores ruídos da comunicação que, de quebra, traz como consequência o resfriamento das relações interpessoais. Preocupo-me toda vez que, numa empresa, ouço alguém dizer "mas isso é óbvio". Possivelmente, por trás dessa frase, haja alguém que percebeu não ter sido claro em sua comunicação e que busca responsabilizar o outro pela não compreensão.

O óbvio é autorreferente pois, parte do princípio de que se ele sabe tanto sobre o assunto e o vivencia há tanto tempo, todos também o sabem. E, convenhamos, quem é que gasta tempo explicando em detalhes um assunto que tem CERTEZA que o outro também sabe? Aliás, a certeza é amiga bem próxima do óbvio. Frequentemente, onde existe a certeza do conhecimento do outro, há um caminho aberto para o óbvio entrar.

O óbvio é a convicção de que todos os que estejam inseridos no mesmo contexto e, em igual condição, sabem tanto quanto ele.

E, porque não? Afinal, vivem a mesma realidade e compartilham das mesmas informações. Eu perguntaria, "e por que sim"? Será possível que o outro não saiba algo que eu sei tanto, e que ele também tenha acesso? Como é possível isso!? Será que é porque ele é ignorante ou desprovido de inteligência?

É uma possibilidade. Porém, prefiro acreditar que é pelo simples fato de o outro não ter vivido as mesmas experiências que eu. Ou seja, ele não se relaciona com o mundo da mesma maneira que eu, e não valoriza as mesmas coisas que eu. Logo, pode não se atentar com o mesmo peso e prioridade àquilo que para mim é importante. Em suma, não aprende como eu. E isso se aplica a qualquer setor da vida. No entanto, pensando no contexto profissional, é importante considerar que estarmos na mesma empresa, na maioria das vezes, seja a única coisa que tenhamos em comum. Não tivemos a mesma educação e, possivelmente, não tenhamos os mesmos referenciais, nem os mesmos valores. Cabe aqui uma ressalva: se nem entre irmãos, que tiveram a mesma educação, com as mesmas referências e valores, ocorre das pessoas pensarem "iguais", por que ocorreria com os estranhos, com quem convivemos somente no ambiente profissional?

Mas na correria do dia a dia seria tão bom se não fosse preciso explicar. Seria tão mais fácil se o outro compartilhasse do meu saber. Ou que pelo menos tivesse a minha velocidade e forma de entender as coisas.

Mas como ter certeza do saber do outro? Ora... Perguntando! Acontece que se você perguntar é porque você tem dúvida e não certeza. E, da dúvida, o óbvio não gosta nada. Em parte, pode ser por acredita que na empresa esperam que ele (e todos) tenha sempre certeza. Ou pode ser pelo fato de que se perde muito tempo perguntando "o que você sabe sobre este assunto?" ou "o que você entendeu do que eu falei?". Então, ele não pergunta. Diz logo o que tem a dizer, e se o outro tiver dúvida que pergunte. Claro, se conseguir transpor a barreira criada na relação. Essa barreira representada pela urgência de passar logo a informação e sair andando. Ou aquela outra que se estampa no rosto de algumas pessoas quando têm de transmitir uma informação: a cara de que o assunto é óbvio. Pense comigo: há algo mais constrangedor, numa conversa profissional, do que perceber que o assunto que pra você é novo e complexo, para quem está lhe explicando é óbvio?

Sim, porque o óbvio é irritadiço. Está sempre pronto a fazer uma careta de desagrado para quem não o entende. Interpreta logo como, burrice, preguiça, corpo mole ou má vontade. Claro, pois é óbvio que se há alguém equivocado na história, certamente são os outros; nunca o óbvio.

Por outro lado, nem sempre o óbvio é evidente. Nem sempre está estampado no rosto das pessoas que elas são amigas do óbvio. E, nesses casos, eu o considero mais perigoso, pois, como eu não participo de seus pensamentos, não tenho como saber o que você considera óbvio. Não sei, portanto, quando você deixará de me passar alguma informação importante para o meu trabalho, por acreditar que eu já sei.

Em resumo, o óbvio gera retrabalho, porque não permite que a comunicação aconteça por completo. Vive intrigado porque, embora acredite que é compartilhado por todos, vive percebendo que está sozinho, porque não existe óbvio coletivo. Na verdade, defendo a ideia de que o óbvio não existe. Afinal, se a minha experiência de vida é particular, tudo que eu sei só é óbvio para mim!

Concluindo, aquelas empresas cujos processos funcionam praticam uma comunicação eficaz. E, onde há comunicação eficaz, não há lugar para o óbvio.

E, para aqueles a quem o texto não foi claro, vai a informação: não gaste tempo e energia esperando que o mundo funcione como você. Parta do princípio de que ninguém sabe o que você sabe e vice-versa. Estresse a informação. Assuma a responsabilidade por se fazer compreender. Se conseguir ser claro de primeira só terá de explicar uma vez. E, de brinde, ainda poderá ganhar maior eficácia no trabalho.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Você prefere talento ou sintoma?

Por gostar de escrever, estou sempre atento às informações a minha volta. Qualquer coisa pode dar origem a um novo artigo sobre comportamento. Outro dia, num curso, ouvi uma frase que achei tremendamente impactante: "Se você não coloca seus talentos no mundo, eles viram sintomas".
 
Todos somos dotados de talentos especiais, porém muitos não os reconhecem.
 
Não, este não é um texto religioso nem tão pouco motivacional. Trata-se de um texto muito prático e que pode ajudar você a se entender melhor.
 
Talentos são habilidades, aptidões naturais para realizar bem alguma coisa. É uma particular facilidade para entender, refletir e realizar determinada atividade ou assunto. Em geral, são coisas que nos dão prazer ao realizar e grande satisfação com o resultado.
 
Muitas pessoas tem talento para influenciar e liderar pessoas, outros para venda, marketing ou publicidade. Há quem tenha talento para artes em geral, culinária, moda, jardinagem, esportes, etc.
 
Qual é o seu talento? Você reconhece seu talento? E, você o tem posto no mundo (ou se preferir, o tem exercido?)?
 
Nosso bem estar físico e emocional está diretamente associado a esta sensação de que fazemos algo bem. Por isso, a plena realização de nossos talentos nos dá energia, motivação e colabora com nossa saúde.
 
Na nossa cultura, é comum reconhecermos o talento de outras pessoas, aplaudirmos e incentivarmos. No entanto, aparentemente, há talentos considerados mais importantes que outros. São aqueles relacionados à vida do trabalho. Ter talento para finanças, para comandar, para vender ou para tratar com pessoas são mais valorizados do que cozinhar bem ou dançar bem, pois podem ser facilmente incorporados ao mundo corporativo. Em razão disso, quem vê esses outros talentos em alguém, aplaude, mas comumente os entende como hobby, um passa tempo. Nada que se possa levar a sério. Por sua vez, quem tem esses talentos "não corporativos" aprende logo que eles, em nada, ajudarão sua ascensão numa empresa e os deixa de lado. Agindo assim, além de não causar estranheza junto às pessoas de seu convívio, a pessoa acredita poder evitar a perda do foco em sua carreira. Carreira esta, que ocupa todo o seu tempo, não deixando espaço na agenda para realizar outras coisas que lhe sejam prazerosas.
 
Voltando a frase que me impressionou, a reflexão é bem simples: se tenho talentos e não os pratico, estou mais sujeito ao cansaço e stress da rotina do trabalho. Se escolhi como profissão uma atividade distante de minhas maiores habilidades, é provável que eu precise me esforçar mais para me manter atento e eficiente. Se meus talentos não serviram de critério para a escolha de minha atividade profissional, estou mais sujeito a insatisfação profissional e às doenças ocupacionais e, mesmo, às de fundo emocional.
 
Como você escolheu sua área de atuação? Seu trabalho te dá prazer? Ao realizá-lo, sente que está exercitando seu maior talento? Você está fazendo o que te faz mais feliz?
 
Caso sim, pode se alegrar, pois poucas pessoas se permitem esse privilégio. Muitas, não têm coragem de assumir os riscos de uma escolha como esta. Agora se você faz parte do grupo enorme de pessoas que não coloca seus talentos no mundo, saiba que boa parte de suas irritações, desânimo, ineficiência, desmotivação e doenças, podem estar relacionados com isso. Tudo isso são sintomas de que algo não vai bem.
 
Proponho que pare para pensar e decida, conscientemente, se é assim que deseja levar sua vida. A pergunta a se fazer é simples: o quanto a maneira como você vive hoje te aproxima da vida que você sonha ter?
 
É grande o número de pessoas que passam pela vida esperando que esta mude e lhes dê a oportunidade de fazer algo diferente.  E por mais difícil que possa parecer, essa mudança precisa partir de você. Para aqueles que desejam promover mudanças na vida, comecem pensando no que exatamente querem no lugar do que têm hoje. É preciso ter um objetivo. Trace estratégias que aproximem você desse objetivo e inicie o caminho rumo ao que deseja.
 
Em alguns casos, o trabalho de um coach pode ser determinante para a criação e aplicação dessas estratégias. Mas, independente de como faça, o importante é não deixar o tempo passar. Se deseja mudanças, comece agora e não espere que a vida mude.
 
Não espere que seus talentos se transformem em sintomas.